"Esperamos que esta visita ajude os Estados Unidos a compreenderem melhor a China, a ver as relações China - EUA de forma mais objetiva e a lidar de forma mais racional com as diferenças existentes", disse Wang Yi, durante uma reunião com a delegação liderada pelo democrata Chuck Schumer.
China e Estados Unidos renovaram o diálogo nos últimos meses com uma sucessão de visitas de altos funcionários norte-americanos a Pequim.
"Devemos gerir as nossas relações de forma responsável", disse Chuck Schumer, insistindo que os Estados Unidos "não procuram entrar em conflito" com o país asiático.
No entanto, o senador disse ser "natural que duas grandes potências compitam em áreas como o comércio, tecnologia e diplomacia, entre outras".
Schumer citou como "objetivo número um" alcançar "condições equitativas para as empresas e trabalhadores norte-americanos".
O líder democrata no senado apontou ainda como objetivos "responsabilizar as empresas sediadas na China que fornecem produtos químicos mortais que alimentam a crise do fentanil na América" e "garantir que a China não apoia o comportamento imoral da Rússia" na invasão da Ucrânia.
"Promover o [respeito pelos] Direitos Humanos é outra prioridade", acrescentou.
A viagem à China dos senadores norte-americanos ocorre numa altura em que está prevista uma reunião entre os líderes dos dois países, Joe Biden e Xi Jinping.
Biden mencionou na sexta-feira a "possibilidade" de se encontrar com Xi Jinping durante a cimeira da APEC (Cooperação Económica Ásia-Pacífico), marcada para meados de novembro, em São Francisco.
As relações bilaterais continuam tensas, devido a uma guerra comercial e tecnológica, diferendos em questões de Direitos Humanos, o estatuto de Hong Kong e Taiwan ou a soberania do Mar do Sul da China.
Chuck Schumer também criticou hoje a posição da China, que apelou à "contenção", após os confrontos entre o movimento islâmico palestiniano Hamas e Israel.
"Para ser honesto, fiquei muito dececionado com a declaração (...) que não demonstrou nenhuma compaixão ou apoio a Israel nestes tempos difíceis e conturbados", disse.
A China disse no domingo que estava "profundamente preocupada" com os confrontos, que já deixaram mais de mil mortos entre israelitas e palestinianos.
Na segunda-feira, Wang Yi sublinhou que o "mundo atravessa atualmente um período de turbulência e mudanças [...] . A crise na Ucrânia ainda não foi resolvida e a guerra está de volta ao Médio Oriente".
Citou também o terramoto no Afeganistão, que deixou mais de 2.000 mortos, segundo as informações mais recentes.
"Todos estes desafios devem ser enfrentados pela comunidade internacional e a China e os Estados Unidos devem desempenhar os seus papéis de forma apropriada", disse Wang.
A diplomacia chinesa, que no início deste ano mediou a aproximação entre o Irão e a Arábia Saudita, afirma regularmente que quer dar o seu contributo para o processo de paz israelo-palestiniano, que está paralisado desde 2014.
Até recentemente pouco envolvida na questão israelo-palestiniana, em comparação com os Estados Unidos, a China, que mantém boas relações com Israel, está agora a realçar mais a sua posição sobre o assunto.
O grupo islâmico Hamas lançou no sábado um ataque surpresa contra o território israelita, sob o nome de operação "Tempestade al-Aqsa", com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar.
Em resposta ao ataque surpresa, Israel bombardeou a partir do ar várias instalações do Hamas na Faixa de Gaza, numa operação que baptizou como "Espadas de Ferro".
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