Pequim apela a Washington para "gerir disputas de forma mais racional"

O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, apelou hoje aos Estados Unidos para "gerirem as diferenças [com a China] de forma mais racional", durante um encontro com senadores norte-americanos, no âmbito da reaproximação diplomática entre as duas potências.

Notícia

© Johannes Simon/Getty Images

Lusa
09/10/2023 ‧ 09/10/2023 por Lusa

Mundo

China

"Esperamos que esta visita ajude os Estados Unidos a compreenderem melhor a China, a ver as relações China - EUA de forma mais objetiva e a lidar de forma mais racional com as diferenças existentes", disse Wang Yi, durante uma reunião com a delegação liderada pelo democrata Chuck Schumer.

China e Estados Unidos renovaram o diálogo nos últimos meses com uma sucessão de visitas de altos funcionários norte-americanos a Pequim.

"Devemos gerir as nossas relações de forma responsável", disse Chuck Schumer, insistindo que os Estados Unidos "não procuram entrar em conflito" com o país asiático.

No entanto, o senador disse ser "natural que duas grandes potências compitam em áreas como o comércio, tecnologia e diplomacia, entre outras".

Schumer citou como "objetivo número um" alcançar "condições equitativas para as empresas e trabalhadores norte-americanos".

O líder democrata no senado apontou ainda como objetivos "responsabilizar as empresas sediadas na China que fornecem produtos químicos mortais que alimentam a crise do fentanil na América" e "garantir que a China não apoia o comportamento imoral da Rússia" na invasão da Ucrânia.

"Promover o [respeito pelos] Direitos Humanos é outra prioridade", acrescentou.

A viagem à China dos senadores norte-americanos ocorre numa altura em que está prevista uma reunião entre os líderes dos dois países, Joe Biden e Xi Jinping.

Biden mencionou na sexta-feira a "possibilidade" de se encontrar com Xi Jinping durante a cimeira da APEC (Cooperação Económica Ásia-Pacífico), marcada para meados de novembro, em São Francisco.

As relações bilaterais continuam tensas, devido a uma guerra comercial e tecnológica, diferendos em questões de Direitos Humanos, o estatuto de Hong Kong e Taiwan ou a soberania do Mar do Sul da China.

Chuck Schumer também criticou hoje a posição da China, que apelou à "contenção", após os confrontos entre o movimento islâmico palestiniano Hamas e Israel.

"Para ser honesto, fiquei muito dececionado com a declaração (...) que não demonstrou nenhuma compaixão ou apoio a Israel nestes tempos difíceis e conturbados", disse.

A China disse no domingo que estava "profundamente preocupada" com os confrontos, que já deixaram mais de mil mortos entre israelitas e palestinianos.

Na segunda-feira, Wang Yi sublinhou que o "mundo atravessa atualmente um período de turbulência e mudanças [...] . A crise na Ucrânia ainda não foi resolvida e a guerra está de volta ao Médio Oriente".

Citou também o terramoto no Afeganistão, que deixou mais de 2.000 mortos, segundo as informações mais recentes.

"Todos estes desafios devem ser enfrentados pela comunidade internacional e a China e os Estados Unidos devem desempenhar os seus papéis de forma apropriada", disse Wang.

A diplomacia chinesa, que no início deste ano mediou a aproximação entre o Irão e a Arábia Saudita, afirma regularmente que quer dar o seu contributo para o processo de paz israelo-palestiniano, que está paralisado desde 2014.

Até recentemente pouco envolvida na questão israelo-palestiniana, em comparação com os Estados Unidos, a China, que mantém boas relações com Israel, está agora a realçar mais a sua posição sobre o assunto.

O grupo islâmico Hamas lançou no sábado um ataque surpresa contra o território israelita, sob o nome de operação "Tempestade al-Aqsa", com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar.

Em resposta ao ataque surpresa, Israel bombardeou a partir do ar várias instalações do Hamas na Faixa de Gaza, numa operação que baptizou como "Espadas de Ferro".

Leia Também: China "profundamente preocupada" com escalada de violência em Israel

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas