"Lançámos uma Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e iniciámos um debate inédito sobre a taxação de super-ricos. Colocámos a mudança do clima na agenda dos Ministérios de Finanças e Bancos Centrais e aprovámos o primeiro documento multilateral sobre bioeconomia", destacou o chefe de Estado brasileiro, na sessão que marcou o encerramento da Cimeira de chefes de Estado e de Governo do G20.
A Aliança Global contra a Fome e a Pobreza soma 82 países, além da União Africana e da União Europeia.
Para além disso, aderiram ainda nove instituições financeiras, 24 organizações internacionais e 31 entidades filantrópicas e não-governamentais, num total de 148 membros fundadores, entre os quais Portugal.
A transferência de comando foi anunciada pelo Presidente brasileiro, Lula da Silva, numa curta cerimónia no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, onde se sentou ao lado do seu homólogo sul-africano, Cyril Ramaphosa.
"Desejo ao companheiro Cyril Ramaphosa todo sucesso na liderança do G20. A África do Sul poderá contar com o Brasil para exercer uma presidência que vá além do que pudemos realizar", disse Lula da Silva.
De acordo com o presidente brasileiro, esta não é uma transferência comum, mas significativa, devido a todos os laços culturais, económicos e históricos que unem a América Latina a África.
O Brasil já estava a trabalhar com a África do Sul na sucessão. As autoridades brasileiras agradeceram a disponibilidade do Governo de Ramaphosa para dar seguimento a algumas iniciativas do Brasil, como a realização de uma cimeira social antes da reunião de líderes e a continuação das discussões para criar um imposto global sobre os super-ricos.
A África do Sul, que assumirá a presidência em 2025, encerrará um ciclo em que os 19 países que compõem o G20 se revezaram no comando do fórum.
A presidência da organização voltará a caber aos Estados Unidos em 2026, com o republicano Donald Trump no poder.
Portugal participou durante este ano em mais de 100 reuniões do G20 a convite do Brasil, a nível ministerial e nível técnico, culminando com a cimeira de chefes de Estado e de Governo, no Rio de Janeiro, que terminou hoje e que contou com a presença do primeiro-ministro, Luís Montenegro.
O Brasil assumiu em 01 de dezembro de 2023, e até 30 de novembro deste ano, pela primeira vez, a presidência do G20 sob o tema "Construindo um Mundo Justo e um Planeta Sustentável". Na sua presidência convidou 19 países, incluindo Portugal, Angola, Moçambique e Espanha, e organizações como a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Os membros do G20 - EUA, China, Alemanha, Rússia, Reino Unido, França, Japão, Itália, Índia, Brasil, África do Sul, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Canadá, Coreia do Sul, Indonésia, México, Turquia e, ainda, a União Europeia e a União Africana - representam as maiores economias, cerca de 85% do Produto Interno Bruto mundial, mais de 75% do comércio mundial e cerca de dois terços da população mundial.
Leia Também: Presidência do Brasil do G20 foi "êxito" e Portugal ajudou com "soluções"