"Apelo aos líderes da oposição para que formem imediatamente um governo de unidade nacional de emergência, sem condições prévias", disse Netanyahu num discurso televisivo.
Netanyahu, que lidera uma coligação de direita, extrema-direita e partidos ultra-ortodoxos, enfrenta uma das maiores crises da história do país.
Na sua intervenção, o chefe do governo israelita detalhou os cinco pontos do seu plano: recuperar o controlo do território e "eliminar os terroristas" ainda presentes em Israel; realizar um ataque "massivo" contra o Hamas com "uma força inédita"; "reforçar as frentes" ao norte e contra o Hezbollah e na Cisjordânia; continuar a campanha para garantir o apoio da comunidade internacional; e finalmente "a unidade do povo" com a formação de um governo de unidade nacional.
Netanyahu frisou que a magnitude do massacre de sábado pelo Hamas contra israelitas "não é visto desde o Estado Islâmico" e que Israel eliminará este movimento "da mesma forma que o mundo civilizado eliminou" o grupo jihadista.
"Crianças assassinadas, executadas com as suas famílias, jovens, meninos e meninas executados com disparos pelas costas. Sempre soubemos o que era o Hamas, agora todo mundo sabe, e vamos eliminá-lo exatamente da mesma forma que o mundo civilizado eliminou o Estado Islâmico", disse Netanyahu no seu discurso.
"Cidadãos de Israel, estamos no terceiro dia da campanha. Estamos numa guerra pelos nossos lares, uma guerra para assegurar a nossa existência, numa guerra na qual venceremos", acrescentou o chefe de governo israelita.
A ofensiva contra o Hamas em Gaza "acaba de começar", advertiu.
"As imagens da devastação e destruição dos bastiões do Hamas em Gaza são apenas o começo. Eliminamos centenas de terroristas e não vamos parar por aí. Eu disse que todos os lugares a partir dos quais o Hamas opera se tornarão ruínas. Já está a acontecer hoje, acontecerá ainda mais no futuro", ameaçou.
O presidente adiantou ainda que a ofensiva contra o grupo islâmico "tomará tempo".
"No final da campanha, todos os nossos inimigos saberão que foi um terrível erro atacar Israel. O que será feito aos nossos inimigos nos próximos dias será lembrado por eles ao longo de gerações", sentenciou.
As declarações de Netanyahu foram feitas pouco depois de as autoridades elevarem o número de israelitas mortos pelo Hamas para 900, e o de feridos para 2.600.
Na Faixa de Gaza, as autoridades informaram hoje que 687 pessoas já morreram e 3.726 ficaram feridas pelos bombardeamentos israelitas nos últimos três dias.
O Hamas, considerado terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, lançou no sábado um ataque surpresa contra o território israelita, sob o nome de operação "Tempestade Al-Aqsa", com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar.
Em resposta ao ataque surpresa, Israel bombardeou por via aérea várias instalações do Hamas na Faixa de Gaza, numa operação que batizou como "Espadas de Ferro".
Benjamin Netanyahu, declarou no sábado que Israel está "em guerra" com o Hamas e iniciou um contra-ataque com forças aéreas, navais e terrestres sobre a Faixa de Gaza, e a perseguição aos membros do movimento islamista em território israelita.
[Notícia atualizada às 21h36]
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