"Este é um exemplo claro do fracasso da política dos Estados Unidos no Médio Oriente", disse Putin durante uma reunião no Kremlin, em Moscovo, com o primeiro-ministro iraquiano, Mohamed Shia al-Sudani.
O Presidente russo acusou os Estados Unidos de terem "monopolizado" a resolução do conflito sem se preocuparem em "encontrar compromissos aceitáveis para as partes", tendo mesmo "promovido as suas próprias ideias sobre como proceder, pressionando as duas partes".
"Nunca levaram em conta os interesses fundamentais do povo palestiniano", disse Putin.
O Presidente russo considerou "necessário" a implementação das "decisões do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre a criação de um Estado palestiniano independente e soberano".
O chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, já tinha declarado na segunda-feira que a criação de um Estado palestiniano seria a solução "mais credível" para a guerra entre Israel e o Hamas.
Lavrov prometeu que a Rússia e a Liga Árabe trabalhariam para "deter o derramamento de sangue" em Israel e na Faixa de Gaza com países que desejam "uma paz duradoura no Médio Oriente".
Nos últimos anos, a Rússia manteve boas relações com as autoridades israelitas e palestinianas, bem como com vários outros intervenientes regionais, incluindo o Irão, o Egito e a Síria.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, declarou hoje aos jornalistas que uma visita há muito planeada do Presidente palestiniano, Mahmoud Abbas, à Rússia está a ser preparada, embora as datas ainda não sejam conhecidas.
"Continuamos os nossos contactos com os palestinianos", acrescentou Peskov.
O grupo islâmico Hamas lançou no sábado um ataque surpresa contra o território israelita sob o nome de operação "Tempestade al-Aqsa", com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar.
Em resposta ao ataque surpresa, Israel bombardeou a partir do ar várias instalações do Hamas na Faixa de Gaza, numa operação que batizou como "Espadas de Ferro".
Mais de 900 pessoas foram mortas em Israel desde o início da ofensiva no sábado, segundo as autoridades. Do lado palestino, 687 pessoas foram mortas na sequência dos bombardeamentos israelitas sobre a Faixa de Gaza, segundo as autoridades locais.
Hoje, Israel anunciou que encontrou cerca de 1.500 corpos de combatentes do Hamas no seu território.
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