Tratou-se do terceiro dia consecutivo de hostilidades nesta zona fronteiriça, iniciadas na sequência da ofensiva surpresa do grupo islâmico palestiniano Hamas contra Israel, ocorrida no sábado, que teria posteriormente uma retaliação israelita.
"Às 17h30 [hora local, 15:30 em Lisboa] a FINUL [a Força interina das Nações Unidas no Líbano] detetou um lançamento de mísseis a partir do sul de Tiro. Seguimos em contacto com as autoridades dos dois lados da Linha Azul [uma demarcação negociada pela ONU que separa Israel do Líbano] para desanuviar esta perigosa situação, exortamos todos a demonstrarem contenção nestes momentos críticos", disse a missão de paz da ONU no Líbano, numa mensagem publicada na rede social X (antigo Twitter).
Apesar de ainda ser desconhecido quem efetuou os disparos, é nesta zona a sul de Tiro que se situa um dos mais importantes acampamentos de refugiados palestinianos do Líbano, onde no passado já ocorreram incidentes similares e que foram então atribuídos a milícias palestinianas.
A agência nacional de notícias do Líbano (ANN) assegurou que as tropas israelitas responderam ao ataque com disparos de artilharia contra diversas posições no sul do país, numa zona fronteiriça com o Estado judeu.
Na tarde de segunda-feira, membros do grupo Jihad Islâmica Palestiniana (YIP) cruzaram a linha divisória e envolveram-se em confrontos com forças israelitas, com um balanço de pelo menos quatro mortos: dois milicianos e dois soldados israelitas.
Em resposta a esta infiltração, Israel lançou intensos ataques de artilharia e bombardeamentos aéreos contra várias zonas fronteiriças do Líbano, que provocaram três mortos entre as milícias do Hezbollah, com este grupo xiita libanês a lançar mísseis teleguiados contra centros de comando militares em Israel.
O grupo islâmico Hamas lançou no sábado um ataque surpresa contra o território israelita, sob o nome de operação "Tempestade al-Aqsa", com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar.
Em resposta ao ataque surpresa, Israel bombardeou a partir do ar várias instalações do Hamas na Faixa de Gaza, numa operação que batizou como "Espadas de Ferro".
A resposta militar de Israel, que declarou guerra ao Hamas após o ataque, causou a morte de mais de 800 pessoas em Gaza, de acordo com os balanços mais recentes.
Do lado israelita, uma alta patente militar avançou que o número de mortos ultrapassou os mil.
Durante a incursão em território israelita, o Hamas fez mais de uma centena de reféns, civis e militares, que levou para a Faixa de Gaza.
Sob controlo do Hamas, Gaza é um território com 41 quilómetros de comprimento e 10 quilómetros de largura, situado entre Israel, o Egito e o Mar Mediterrâneo.
O enclave tem cerca de 2,3 milhões de habitantes e está sob um bloqueio israelita desde 2007.
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