Já votou o líder da oposição e candidato da alternativa liberal Plataforma Cívica (PO), Donald Tusk (ex-presidente do Conselho Europeu e antigo primeiro-ministro), assim como o primeiro-ministro e chefe do Governo do partido conservador populista Liberdade e Justiça (PiS), Mateusz Morawiecki, cujo partido lidera as sondagens, mas provavelmente necessitará de uma parceiro para formar um governo.
Contudo, noticia o jornal 'Wyborzca', ainda não votou o líder de facto do país e presidente do PiS, o ex-primeiro-ministro Jaroslaw Kaczynski.
Em 2019, nas últimas eleições, pelas 12h00 (13h00 em Lisboa) tinham votado 18,1% dos eleitores.
Estas eleições, que chamam a votar cerca de 30 milhões de eleitores, ocorrem após anos de tensões entre Bruxelas e Varsóvia sobre a política judicial e de imigração, num contexto de diminuição do apoio à guerra na Ucrânia representado pelo crescimento nas sondagens da coligação ultraconservadora conhecida como Confederação, um possível ator crucial caso se sigam negociações para formar um governo.
Entre as escolhas, os eleitores polacos confrontam-se com a narrativa patriótica do PiS e sua atitude de desafio às instituições europeias -- como a rejeição do pacto migratório europeu ou o levantamento do bloqueio comercial aos cereais ucranianos - e postura musculada em matéria de migrações, na forma de um muro já construído na fronteira com a Bielorrússia, o destacamento de 10 mil militares para a região ou no alarmismo que coloca nos perigos associados à admissão de estrangeiros.
Em contraponto, a oposição propõe o desanuviamento nas relações com Bruxelas e um olhar mais humano para as migrações, como sucedeu no acolhimento de mais de um milhão de refugiados ucranianos, mas também noutras áreas em que o partido no poder tem merecido críticas, como o aborto, direitos de pessoas LGBT+ ou alterações climáticas.
A migração tem sido um dos temas-chave das legislativas, pelas suas implicações domésticas e relações com a União Europeia, e merece duas perguntas em quatro referendos também hoje, um sobre a barreira com a fronteira com a Bielorrússia, outro ainda mais polémico, sobre a aceitação de imigrantes.
A pergunta deixa clara a posição do Governo polaco sobre a migração: "Apoia a admissão de milhares de migrantes ilegais do Médio Oriente e de África, de acordo com com o mecanismo de relocalização forçada imposto pela burocracia europeia?".
Há ainda duas perguntas sobre o aumento da idade de reforma para os 67 anos e a privatização de ativos estatais - só serão vinculativos com uma participação acima dos 50%, o que levou a oposição a apelar para o seu boicote.
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