"A Coreia do Norte negou a troca de armas com a Rússia em várias ocasiões, mas as circunstâncias estão a vir à tona", disse, em conferência de imprensa, o porta-voz do Ministério da Unificação da Coreia do Sul Koo Byoung-sam, afirmando que o regime de Pyongyang está a "revelar a sua verdadeira natureza".
Koo sublinhou que qualquer troca de armas com a Coreia do Norte deve ser evitada, uma vez que viola as sanções impostas pelas Nações Unidas a Pyongyang.
Recordou, além disso, que "a Rússia, em especial, deve cumprir as obrigações enquanto membro permanente do Conselho de Segurança da ONU".
As declarações de Koo surgem depois de a Casa Branca ter afirmado, na sexta-feira, que a Coreia do Norte enviou mais de mil contentores com equipamento militar e munições para a Rússia, por via férrea e marítima, para serem utilizados na guerra na Ucrânia.
A Casa Branca revelou imagens que mostram o envio, entre 07 de setembro e 01 de outubro, de uma série de contentores do porto de Rason (nordeste da Coreia do Norte) para Dunay, perto de Vladivostok (extremo oriente da Rússia), que foram depois transportados de comboio para um depósito de munições perto de Tikhoretsk, a cerca de 290 quilómetros da fronteira russa com a Ucrânia.
As imagens de satélite revelam ainda um aumento sem precedentes do tráfego ferroviário de mercadorias na fronteira entre a Rússia e a Coreia do Norte, ultrapassando os volumes de comércio registados antes da pandemia de covid-19.
Acredita-se que estas trocas comerciais foram cimentadas na cimeira de 13 de setembro entre o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, e o Presidente russo, Vladimir Putin, na região russa de Amur.
Tanto a Casa Branca como os 'media' norte-americanos afirmam que, em troca de artilharia e outros materiais militares que a Rússia pode utilizar na Ucrânia, Pyongyang quer tecnologia militar avançada.
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