"Anunciaram que pretendiam a derrota da Rússia e a vitória no campo de batalha, a derrota estratégica da Rússia. As hostilidades começaram, a tal contraofensiva anunciada, que prossegue desde 04 de junho. No entanto, não há resultados, são antes enormes perdas", assinalou Putin, ao frisar que estas perdas no terreno por parte das forças ucranianas são "simplesmente enormes".
Em entrevista à emissora estatal China Media Corporation, Putin acusou a parte ucraniana de comprometer em definitivo as negociações que decorreram na cidade turca de Istambul na primavera de 2022.
"Nunca nos opusemos à tentativa de procurar um fim deste conflito por meios pacíficos. Inclusive, concordámos em Istambul que estávamos preparados para isso, garantindo os interesses legítimos da Rússia no âmbito da segurança", referiu.
"A parte ucraniana elaborou um plano muito preciso para garantir a segurança e praticamente estivemos de acordo com isso, mas logo após a retirada das nossas tropas da capital da Ucrânia, Kiev, a parte ucraniana rasgou estes acordos. Foram inclusivamente assinados pelos chefes das partes negociadoras, não ao acordo em si, mas um memorando desses acordos", avançou Putin.
Nas mesmas declarações à emissora chinesa, o chefe de Estado russo disse estar ciente das iniciativas da diplomacia de Pequim e manifestou "gratidão por essas sugestões".
"Julgo que são muito realistas, e que podem ser utilizadas como uma base para um acordo de paz. Infelizmente, a outra parte não pretende estabelecer negociações. E o Presidente da Ucrânia também emitiu um decreto que proíbe manter negociações de paz connosco", disse.
"Como podes negociar se eles não querem, se tomaram inclusivamente medidas legislativas para o proibir?", prosseguiu, antes de sublinhar que "caso a Ucrânia opte por outra via terá de suspender esse decreto e manifestar a sua disposição a negociar. Estamos preparados".
Por ocasião do primeiro aniversário da invasão russa da Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022, a diplomacia chinesa divulgou um documento de 12 pontos com propostas para uma resolução política da crise ucraniana.
Ainda à emissora chinesa, Putin revelou que as tropas russas estão envolvidas numa "defesa ativa" e reforçaram as suas posições em toda a linha de contacto.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armas a Kiev e aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.
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