O Hamas classificou a explosão como "um massacre horrível", frisando que foi causada por um ataque israelita.
Pouco depois, já depois de ter negado a autoria num primeiro momento e após uma nova atualização sobre a situação, o Exército reiterou que as forças israelitas não tinham atingido o hospital, que foi destruído "como resultado de um foguete mal disparado pela organização terrorista Jihad Islâmica".
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, culpou os "terroristas bárbaros de Gaza" pelo ataque ao hospital: "Aqueles que mataram brutalmente os nossos filhos estão a matar os seus próprios filhos".
O décimo dia do conflito desencadeado pelo ataque surpresa do Hamas contra Israel gerou fortes reações de todo o mundo.
Por parte dos países árabes, o bombardeamento ao hospital gerou uma condenação generalizada, com manifestantes a saírem às ruas em Amã e Tunes.
Países como Omã, Jordânia, Iraque, Turquia ou Marrocos apontaram responsabilidades a Israel.
Em Ramallah, na Cisjordânia ocupada, eclodiram confrontos na noite de terça-feira entre manifestantes que pediam a saída do presidente da Autoridades Palestiniana, Mahmoud Abbas, e das suas forças de segurança.
Já o grupo xiita libanês Hezbollah, aliado do Hamas, apelou à celebração de um "dia da raiva" esta quarta-feira, para condenar o ataque que atribuiu a Israel.
Peso pesado regional, a Arábia Saudita denunciou uma "violação de todas as leis e padrões internacionais", denunciando a continuação de "ataques contra civis" por parte de Israel.
No Ocidente, o ministro dos Negócios Estrangeiros português, João Gomes Cravinho, classificou como "horrendas e chocantes" as mortes de "centenas de inocentes" em bombardeamentos contra um hospital e uma escola em Gaza.
Também esta terça-feira pelo menos seis pessoas morreram e dezenas ficaram feridas num ataque israelita contra uma escola da agência da ONU para os refugiados palestinianos na Faixa de Gaza, indicou o organismo, que denunciou um "flagrante desrespeito pela vida dos civis".
Aguardado hoje em Israel, o Presidente norte-americano Joe Biden adiou a sua paragem planeada na Jordânia, indicou a Casa Branca, expressando as suas "profundas condolências" às vítimas do ataque ao hospital.
Antes, a Jordânia já havia anunciado o cancelamento de uma cimeira na qual Biden participaria em Amã, com o seu homólogo egípcio Abdel Fattah al-Sissi e Abbas.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, condenou firmemente o ataque, sublinhando que "nada pode justificar atacar civis", enquanto o Alto Representante da União Europeia (UE) para a Política Externa, Josep Borrell, pediu que se esclareça claramente a responsabilidade.
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, frisou que "um ataque contra civis não está em conformidade com o direito internacional", enquanto a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, evitou avaliar o ataque, alegando que precisava de confirmar o ocorrido.
Organizações como os Médios Sem Fronteiras (MSF) ou o Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) também condenaram o bombardeamento, enquanto o alto-comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, frisou que o ataque mortal a um hospital na Faixa de Gaza é "totalmente inaceitável".
O ataque surpresa do Hamas em 07 de outubro terá provocado em Israel mais de 1.400 mortos, na maioria civis.
Na Faixa de Gaza, e o conflito entre o Estado judaico e as milícias do enclave iniciado em 07 de outubro já provocou pelo menos 3.000 mortos entre a população palestiniana, segundo dados do ministério da Saúde, que se refere a mais de 12.500 feridos.
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