Quando começaram os ataques levados a cabo pelos militantes do Hamas, Attallah Abu Madigam, de 5 anos, estava com o pai e os irmãos mais velhos na estufa de uma comunidade agrícola na fronteira de Gaza.
Ao que noticia o Ynetnew, o pai, Osama Abu Madigam, gritou-lhes que eram árabes e os militantes responderam, matando-o a tiro. Attallah e os seus quatro irmãos fugiram para se abrigarem com a ajuda do tio, mas o menino ficou ferido.
"Disseram-nos para irmos em direção a Ofakim e aí juntarmo-nos e reforçarmos as comunidades que estavam a lutar contra os terroristas", contou Ronen Halfon, comandante da força israelita da base de Magen-Sayarim, localizada no Deserto do Negev.
Foi nesse momento que viu as crianças e o tio. Perto da estufa, o militar encontrou um homem a sair do abrigo a gritar que era de Rahat, cidade israelita, e que estava a abrigar os seus cinco sobrinhos depois de o pai deles ter sido assassinado. "Obrigámo-lo a deitar-se no chão enquanto o revistávamos e depois vimos as crianças e o rapazinho estava ferido. Enfrentámos um dilema, se devíamos apressar-nos a juntar-nos à luta ou atrasarmo-nos", recordou Halfon.
Segundo contou, os terroristas estavam por perto, por isso chamaram "uma ambulância para evacuar o rapaz que tinha sido atingido no peito". "Estava em mau estado e o médico disse que tinha perdido os sentidos algumas vezes a caminho do hospital", acrescentou.
A luta continuou durante dias, mas um silêncio tenso instalou-se ao fim de alguns dias e a ansiedade por saber do menino também. Halfon teve finalmente tempo para perguntar pelo rapaz ao tio. ""Não vais acreditar. Há uma hora, ele abriu os olhos. Está hospitalizado na unidade de cuidados intensivos do Centro Médico Soroka, em Be'er Sheva, e está a falar", contou-lhe.
Nesse momento, o militar começou a chorar e percebeu que tinha salvo o menino. "Perdi um combatente, outros combatentes ficaram feridos e fiquei comovido até às lágrimas por saber que salvámos uma vida", salientou.
Halfon e os seus soldados visitaram o pequeno Attallah. Ao vê-los, o rapaz beijou-os e disse-lhes que queria entrar para a polícia quando crescesse. "Quando for grande, vou para a polícia", afirmou.
Recorde-se que combatentes palestinianos do movimento islamita Hamas atacaram a 7 de outubro o sul de Israel em várias frentes a partir da Faixa de Gaza, matando mais de 1.400 pessoas, na maioria civis, e capturando mais de 200, mantidas em cativeiro em Gaza e algumas delas entretanto mortas - segundo o Hamas, pelos bombardeamentos israelitas.
Tratou-se de uma ofensiva por terra, mar e ar apoiada pelo grupo xiita libanês Hezbollah e pelo ramo palestiniano da Jihad Islâmica.
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