Arranca construção de linha ferroviária China - Quirguizistão - Uzbequistão

O presidente do Quirguizistão, Sadyr Japarov, deu hoje início à construção da linha ferroviária China - Quirguizistão - Uzbequistão, saudando o inicio de uma "nova era" no desenvolvimento das ligações regionais.

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© Sean Gallup/Getty Images

Lusa
27/12/2024 11:43 ‧ há 17 horas por Lusa

Mundo

Ferrovia

A cerimónia solene, que foi transmitida em direto pela televisão pública do Quirguistão, realizou-se na região de Djalal-Abad, no sul do país da Ásia Central, entre montanhas cobertas de neve.

 

A ligação ferroviária China -- Quirguizistão - Uzbequistão, com uma extensão total de 522,94 quilómetros, deve partir de Kachgar, em Xinjiang, no noroeste da China, passando por Djalal-Abad, no Quirguizistão, até Andijan, no Uzbequistão.

O troço chinês terá 155 quilómetros de comprimento, enquanto os troços nos territórios do Quirguizistão e Uzbequistão vão ter 304,94 quilómetros e 63 quilómetros, respetivamente.

"Esta ligação permitirá o transporte de mercadorias da China para o Quirguizistão e para outros países da Ásia Central, para o Médio Oriente, para a Turquia e mesmo para a União Europeia", declarou Japarov na cerimónia.

"Gostaria de estender os meus sinceros agradecimentos aos nossos parceiros - China e Uzbequistão - pela sua assistência na concretização deste projeto", acrescentou.

O projeto, que poderá custar até 8 mil milhões de dólares (7,7 mil milhões de euros), segundo as autoridades quirguizes, inclui a construção de linhas ferroviárias em zonas montanhosas e cobertas de gelo.

Segundo Bishkek, o projeto exigirá a construção de 27 túneis e 46 pontes no Quirguizistão.

Discutido há cerca de vinte anos, o projeto foi finalmente concretizado em junho com a assinatura de um acordo intergovernamental, por videoconferência, entre o Presidente chinês, Xi Jinping, e os seus homólogos quirguiz, Sadyr Japarov, e uzbeque, Chavkat Mirzioïev.

A construção poderá demorar cerca de seis anos, de acordo com os caminhos-de-ferro do Quirguistão.

A China está a desempenhar um papel cada vez mais importante na Ásia Central, em detrimento de Moscovo, a potência regional histórica.

Com o seu crescente domínio sobre as economias das antigas repúblicas soviéticas da Ásia Central, Pequim financia a Iniciativa Faixa e Rota, um projeto colossal de infraestruturas que visa criar novas rotas comerciais na Eurásia.

Leia Também: Quirguistão vai alterar o hino nacional por ser "demasiado soviético"

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