Von der Leyen acusa Hamas de crise humanitária em Gaza e promete ajuda

A presidente da Comissão Europeia acusou hoje o grupo islamita Hamas de ter provocado uma crise humanitária em Gaza, pelo ataque a Israel, prometendo ajuda da União Europeia (UE), que tem de chegar "sem entraves e rapidamente".

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© Reuters/Yves Herman

Lusa
27/10/2023 06:37 ‧ 27/10/2023 por Lusa

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UE/Cimeira

"O Hamas provocou uma crise humanitária em Gaza e, para a Comissão [Europeia], é muito importante que continuemos a intensificar os nossos esforços para lidar com a crise humanitária em Gaza", defendeu Ursula von der Leyen.

Para a líder do executivo comunitário, "a ajuda tem de chegar a Gaza sem entraves e rapidamente".

"As 56 toneladas de ajuda que os nossos dois primeiros voos humanitários trouxeram para o Egito ainda não foram entregues em conjunto e isto é importante, mas é claro que é necessário mais. Os nossos dois próximos voos estão agendados para hoje, sexta-feira, e estão previstos mais voos nos próximos dias e, além disso, estamos a avançar rapidamente na implementação dos 50 milhões de euros adicionais [para 75 milhões] de ajuda humanitária suplementar para Gaza", elencou Ursula von der Leyen.

A posição surge depois de, na quinta-feira, os chefes de Governo e de Estado da UE terem acordado apelar a "pausas para fins humanitários" de forma a permitir a passagem de ajuda humanitária para a Faixa de Gaza, após divergências sobre a terminologia.

"Tivemos uma longa, boa e intensa discussão sobre a situação no Médio Oriente. A posição geral foi muito clara: Israel é uma democracia atacada pelo Hamas, que é uma organização terrorista, Israel tem o direito de autodefesa em conformidade com o direito internacional e o direito humanitário internacional e [...] deve haver a libertação imediata de todos os reféns por parte do Hamas, sem quaisquer condições prévias", exortou Ursula von der Leyen.

"Ficou claro que, através das suas atividades terroristas, o Hamas também está a prejudicar o povo palestiniano", concluiu a responsável.

Os líderes da UE reuniram-se na quinta-feira para debater as tensões no Médio Oriente, visando assegurar ajuda humanitária e o apoio a negociações sobre uma solução de dois Estados, numa altura de acesos bombardeamentos de Telavive contra a Faixa de Gaza, que se seguiram ao ataque do grupo islamita Hamas a 07 de outubro.

As conclusões deste primeiro dia de cimeira europeia dão conta da "profunda preocupação" com a deterioração da situação humanitária em Gaza, com os líderes da UE a apelarem a um "acesso humanitário contínuo, rápido, seguro e sem entraves, e a que a ajuda chegue aos necessitados através de todas as medidas necessárias, incluindo corredores humanitários e pausas para fins humanitários".

Esta formulação de "pausas para fins humanitários", acordada entre os 27 após cerca de seis horas de discussões no Conselho Europeu que hoje começou em Bruxelas e que decorre até sexta-feira, surge depois de a versão anterior do projeto de conclusões conter a expressão "pausa humanitária", sem nunca ter estado previsto um apelo a "cessar-fogo".

O apelo para pausa humanitária em Gaza mereceu consenso entre os líderes dos Estados-membros, mas Portugal, por exemplo, já tinha admitido que preferia uma posição da UE a defender um cessar-fogo humanitário.

A posição surge depois de, em 07 de outubro, o grupo islamita do Hamas ter lançado um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, ao qual Israel respondeu declarando guerra ao movimento que controla a Faixa de Gaza e que é classificado como terrorista.

Leia Também: Foguete fere seis pessoas em cidade egípcia na fronteira com Israel

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