Israel acusa Hamas de usar hospitais para camuflar instalações de comando

O Exército israelita acusou hoje o grupo islamita palestiniano Hamas de utilizar os hospitais da Faixa de Gaza para camuflar as suas instalações de comando e planeamento e esconder combustível.

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Lusa
27/10/2023 16:39 ‧ 27/10/2023 por Lusa

Mundo

Faixa de Gaza

Em reação, o Hamas disse entretanto ser infundada a acusação feita por Israel de que está a utilizar hospitais de Gaza para esconder as suas atividades.

O porta-voz das Forças de Defesa de Israel, contra-almirante Daniel Hagari, afirmou à imprensa que "o Hamas usa os hospitais de Gaza para manter escondida toda uma infraestrutura de comando e controlo e como refúgio para alguns terroristas e seus comandantes".

Da mesma forma, Hagari afirmou que, de acordo com informações na posse de Israel, "há combustível nos hospitais de Gaza e o Hamas está a utilizá-lo para alimentar a sua infraestrutura".

Israel tem rejeitado sistematicamente a entrada de combustível em Gaza, apesar dos apelos nos últimos dias da comunidade internacional, devido ao colapso em que entraram serviços essenciais na Faixa, como eletricidade, água ou cuidados de saúde.

Hagari apresentou uma série de fotos aéreas, gravações de áudio e uma reconstituição em computador de como seria o dispositivo montado pelo Hamas nos hospitais do enclave, especialmente em Shifa, na Cidade de Gaza e o maior do território.

O dispositivo consistiria, segundo o Exército israelita, numa complexa rede de túneis e salas na cave do hospital, com um sofisticado centro de comando e controlo da organização palestiniana.

Em comunicado citado pelos meios de comunicação israelitas, o líder do Hamas, Izzat Al Rishaq, membro do gabinete político da organização, disse que "estas mentiras representam o prelúdio de um novo massacre" contra o povo palestiniano, "maior do que o do Hospital Baptista al-Ahli", em alusão à explosão de 17 de outubro, cuja origem é amplamente considerada como tendo sido um foguete disparado por engano pela sua milícia aliada, a Jihad Islâmica.

Por seu lado, o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, informou hoje que, desde o passado dia 07 de outubro, o número de vítimas devido aos bombardeamentos de Israel subiu para 7.326 mortos e 18.967 feridos.

"[O Hamas] está cinicamente a utilizar os hospitais de Gaza como refúgio para camuflar a sua complexa operação terrorista. Não está apenas a utilizar hospitais, mas também escolas e outros locais sensíveis", disse Hagari.

Após os ataques de 07 de outubro do movimento palestiniano contra Israel, "centenas de terroristas invadiram o hospital de Shifa e outros para se esconderem", prosseguiu o porta-voz, que sublinhou que, ao operar a partir destes hospitais, "o Hamas não só põe em perigo a vida de civis israelitas, mas também "usa civis inocentes em Gaza como escudos humanos".

"Shifa não é o único hospital, é um entre muitos. Portanto, a maior parte do uso de hospitais é sistemático. Os terroristas do Hamas operam dentro dos hospitais precisamente porque sabem que as Forças de Defesa de Israel distinguem entre terroristas e civis", destacou.

O porta-voz militar israelita advertiu que, "quando as instalações médicas são utilizadas para fins terroristas, correm o risco de perder a proteção contra ataques de acordo com o direito internacional".

Hagari afirmou que "as Forças de Defesa de Israel continuarão a esforçar-se para minimizar os danos aos civis e a agir de acordo com o direito internacional, como têm feito há mais de duas semanas", pedindo aos civis no norte do território e da cidade de Gaza que se desloquem "temporariamente, para sua própria segurança, para o sul".

O grupo islamita Hamas lançou em 07 de outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo duas centenas de reféns.

Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.

O conflito já provocou milhares de mortos e feridos, entre militares e civis, nos dois territórios.

[Notícia atualizada às 18h10]

Leia Também: Manifestações na Jordânia pela anulação do tratado de paz com Israel

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