O ataque ocorreu no domingo à noite, segundo o anúncio feito no canal das forças da Ucrânia na rede Telegram, citado pela agência francesa AFP.
"As Forças Armadas da Ucrânia atingiram com sucesso um local estratégico do sistema de defesa antiaérea na costa ocidental da Crimeia", disse o exército, sem dar mais pormenores.
A Ucrânia tem intensificado os ataques contra as forças russas na Crimeia, incluindo contra a base de frota do Mar Negro em Sebastopol.
As autoridades da Rússia não fizeram qualquer comentário sobre a ação reivindicada hoje pela Ucrânia, mas um canal no Telegram próximo do exército russo relatou um "ataque combinado" de Kyiv contra a Crimeia.
Segundo o canal Rybar, com mais de 1,2 milhões de seguidores, as forças ucranianas dispararam dois mísseis norte-americanos ATACMS (Army Tactical Missile System) nas proximidades da aldeia de Olenivka, no cabo Tarkhankout (Crimeia ocidental).
As tentativas russas de abater os mísseis falharam, mas o ataque não causou grandes danos, disse o mesmo canal, segundo a AFP.
Pouco depois, três 'drones' navais ucranianos foram detetados ao largo de Sevastopol, dois dos quais foram destruídos, relatou o Rybar sem referir o que aconteceu ao terceiro aparelho sem tripulação.
O Ministério da Defesa russo anunciou hoje que destruiu "oito mísseis de cruzeiro ucranianos Storm Shadow" disparados contra a Crimeia.
Mikhail Razvojaev, o governador de Sebastopol instalado em Moscovo, disse que uma pessoa ficou ferida devido à queda de escombros.
A Ucrânia intensificou os ataques nos territórios ocupados pelas tropas de Moscovo e em território russo, tendo como pano de fundo a lenta contraofensiva lançada por Kyiv no início de junho.
Além de ser a base de retaguarda da frota russa do Mar Negro, a península da Crimeia é uma importante via de abastecimento para as forças russas que ocupam o sul e o leste da Ucrânia.
Em meados de outubro, a Ucrânia anunciou que tinha utilizado com sucesso, pela primeira vez, os mísseis ATACMS com um alcance de até 165 quilómetros, que os Estados Unidos lhe entregaram com o maior secretismo.
Há meses que Kyiv reclamava estas armas para tentar destruir as linhas de abastecimento russas no sul e no leste da Ucrânia, dando mais hipóteses de sucesso à contraofensiva das tropas ucranianas.
A guerra foi desencadeada pela invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, e provocou milhares de vítimas em 20 meses de combates, segundo diversas fontes, incluindo a ONU.
A Rússia anexou a Crimeia em 2014, tendo feito o mesmo às regiões ucranianas de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia em setembro do ano passado.
A Ucrânia e a generalidade da comunidade internacional não reconhecem a soberania russa nas cinco regiões ucranianas.
[Notícia atualizada às 12h57]
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