Relatos de violência e tiroteios tornaram-se comuns perto da fronteira entre a Sérvia e a Hungria, um Estado-membro da União Europeia, onde milhares de pessoas têm acampado à procura de formas de atravessar.
A região é frequentada também por traficantes de pessoas, a quem os migrantes pagam 2.350 euros por cada travessia, adiantou a polícia, em comunicado.
De acordo com a mesma fonte, as detenções foram feitas em Belgrado e em Subotica, cidade perto da fronteira com a Hungria.
A polícia tem realizado incursões diárias na área florestal desde sábado passado, quando a zona foi abalada por um tiroteio perto da cidade fronteiriça de Horgos.
Na quinta-feira à noite, a polícia informou ter encontrado um total de 738 migrantes, alguns perto da fronteira com a Hungria e outros numa cidade perto da fronteira com a Bulgária, no leste.
Os migrantes encontrados pela polícia são geralmente transferidos para centros de acolhimento espalhados por todo o país.
A Sérvia está no centro da chamada rota terrestre de migração dos Balcãs, que se dirige à Europa ocidental. Esta rota parte da Turquia para a Grécia e a Bulgária, passando pela Macedónia do Norte, Sérvia e Bósnia.
As travessias ao longo da rota terrestre dos Balcãs intensificam-se geralmente no outono, quando o mau tempo impede os migrantes de embarcarem nas perigosas viagens através do Mar Mediterrâneo.
O Governo húngaro, que defende uma rígida política anti-imigração, ergueu uma cerca de arame farpado nas fronteiras com a Sérvia para impedir as entradas e faz recuar para o país vizinho os migrantes que conseguem entrar.
No entanto, os gangues de tráfico de pessoas multiplicaram-se na zona fronteiriça e tem aumentado a violência na região.
De acordo com dados da Agência Europeia da Guarda de Fronteiras e Costeira (Frontex), cerca de 330 mil migrantes -- dos quais quase metade são sírios, afegãos e tunisinos -- atravessaram, de forma irregular, as fronteiras externas da União Europeia em 2022, mais 64% do que em 2021 e o número mais alto desde 2016.
A rota dos Balcãs ocidentais representou quase metade (45%) das deteções de entradas irregulares na UE.
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