"É consciente de um legado de serviço e devoção a este país, estabelecido pela minha querida Mãe, a falecida Rainha, que pronuncio este que é o primeiro Discurso do Rei em mais de 70 anos", começou por dizer.
O discurso, proferido pelo monarca mas escrito pelo Executivo, incluiu referências a propostas de lei para reforçar sentenças sobre os criminosos mais perigosos, violadores e responsáveis de violência doméstica.
Outras medidas incluem dar à polícia dar mais poderes para revistar casas sem mandado de busca para recuperar bens roubados como telemóveis, e obrigar réus a comparecerem aos julgamentos e leitura das sentenças.
O Governo também pretende introduzir legislação "para reforçar a segurança energética do Reino Unido e reduzir a dependência de mercados internacionais de energia voláteis e de regimes estrangeiros hostis", nomeadamente através da concessão de licenças de exploração de petróleo e gás no Mar do Norte.
Sobre a habitação, o Governo pretende "reformar o mercado" para alterar o regime de direito sobre os imóveis para beneficiar proprietários e arrendatários.
Do programa constam outras propostas de legislação já conhecidas, como a da proibição faseada da venda de tabaco em Inglaterra.
No total, foram enumeradas 21 propostas de lei no texto, proferido pelo Rei mas escrito pelo Governo, que marca o início formal da sessão legislativa de 2023-24, provavelmente a última antes das próximas eleições legislativas.
O conteúdo do discurso vai ser debatido e votado nos próximos dias.
Chamado Discurso da Rainha até à morte de Isabel II em 2022, este foi o primeiro Discurso do Rei em 70 anos, embora Carlos III tenha substituído no ano passado a mãe, ausente devido a problemas de saúde.
O ritual realiza-se todos os anos no Palácio de Westminster, onde funcionam o Parlamento, composto pela Câmara dos Comuns (câmara baixa) e Câmara dos Lordes (câmara baixa).
O evento é conhecido pela pompa que rodeia o monarca na chegada ao Parlamento, que viajou de carruagem e envergou a Coroa Imperial de Estado e o Manto de Estado.
A cerimónia também é marcada pelos hábitos insólitos, alguns dos quais remontam ao século XVII, como quando a porta da Câmara dos Comuns é fechada ao "Black Rod", funcionário parlamentar responsável por chamar anunciar a realização o discurso.
A prática pretende simbolizar a independência dos deputados em relação ao soberano.
Outros costumes implicam que um deputado seja feito "refém" no Palácio de Buckingham durante a ausência do Rei para garantir que este regresse em segurança.
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