Legisladores Democratas querem que Biden proteja palestinianos nos EUA
Dezenas de Democratas instaram o Presidente norte-americano, Joe Biden, a tomar medidas para proteger os palestinianos que se encontram nos Estados Unidos, enquanto as forças israelitas continuam a lutar contra o Hamas em Gaza.
© Chip Somodevilla/Getty Images
Mundo EUA
Numa carta enviada hoje a Biden, os Democratas apelam à promulgação de proteções temporárias para os palestinianos através de programas governamentais que protejam os emigrantes de regressarem a países devastados por desastres naturais ou pela guerra.
Os legisladores citam o aumento do número de mortes em Gaza, especialmente entre crianças, devido à guerra de um mês entre Israel e o Hamas e às circunstâncias humanitárias cada vez mais terríveis, como a falta de comida e água, que estão a levar milhares de pessoas fogem da região.
"À luz do conflito armado em curso, os palestinianos que já estão nos Estados Unidos não deveriam ser forçados a retornar aos territórios palestinianos, em consistência com o compromisso declarado do Presidente Biden de proteger os civis palestinianos", escreveram os legisladores na carta, fornecida à agência Associated Press (AP) antes de seu lançamento.
A carta representa um esforço notável dos Democratas para defender e proteger os palestinianos numa altura em que importantes nomes Republicanos, incluindo o antigo presidente Donald Trump e outros que disputam a nomeação presidencial do Partido Republicano, apelaram a que os Estados Unidos barrem os palestinianos que tentam escapar à guerra em Gaza.
No mês passado, durante uma campanha no Iowa, Trump ameaçou expandir uma proibição de viagens aos muçulmanos que emitiu através de uma ordem executiva durante a sua Presidência. Também o governador da Florida, Ron DeSantis, disse que os Estados Unidos não deveriam acolher nenhum refugiado palestiniano que tentasse deixar Gaza porque, insistiu, "são todos antissemitas".
Nikki Haley, a antiga governadora da Carolina do Sul e ex-embaixadora junto à ONU, enfatizou que a América "sempre foi simpática ao facto de ser possível separar civis de terroristas", o que levou os apoiantes de DeSantis a atacar Haley sobre esta questão.
A lei norte-americana dá às autoridades ampla margem de manobra para negar a entrada de pessoas que apresentem riscos de segurança. Os casos de extremistas que entram ilegalmente nos Estados Unidos também são praticamente inexistentes.
O pedido dos Democratas a Biden aplicar-se-ia apenas aos palestinianos que já estão nos Estados Unidos.
Os Estados Unidos emitiram cerca de 7.200 vistos temporários para pessoas com passaportes da Autoridade Palestina em 2022, de acordo com o Departamento de Estado. Apontando para esses dados, os Democratas argumentaram que "o número de beneficiários seria pequeno, enquanto o benefício poderia salvar vidas".
O pedido é liderado pelo senador do Illinois Dick Durbin, que preside o Comité Judiciário do Senado e que supervisiona a política de imigração. Também é assinado pelos senadores Jack Reed, de Rhode Island e que lidera o Comité de Serviços Armados, por Elizabeth Warren de Massachusetts e Bernie Sanders de Vermont.
Cerca de 70 Democratas da Câmara dos Representantes também assinaram, incluindo Pramila Jayapal, de Washington, que preside o Caucus Progressista do Congresso, e Jan Schakowsky, do Illinois.
O Estatuto de Proteção Temporária é um programa do Departamento de Segurança Interna que fornece residência provisória, incluindo a capacidade de trabalhar, a cidadãos não americanos atualmente já em solo norte-americano, e cujos países de origem são considerados perigosos demais para retornarem.
Os legisladores também pedem a Biden que use o Partida Forçada Diferida, um programa semelhante ao Estatuto de Proteção Temporária que é usado a critério do Presidente.
Proteções semelhantes foram emitidas no passado, dizem os legisladores. Por exemplo, os Estados Unidos ofereceram um estatuto de proteção temporária aos residentes do Kosovo durante o conflito armado em 1998. Na altura, o Kosovo era uma província da Sérvia e só declarou independência em 2008.
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