China diz que Biden e Xi vão "falar sobre paz e desenvolvimento"

Os líderes dos Estados Unidos e China, Joe Biden e Xi Jinping, vão discutir a "paz e desenvolvimento" no mundo, disse hoje Pequim, nas vésperas de um encontro em São Francisco.

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Lusa
13/11/2023 11:57 ‧ 13/11/2023 por Lusa

Mundo

EUA

Os dois dirigentes vão reunir-se pela primeira vez em quase um ano, na quarta-feira, à margem do fórum da Cooperação Económica Ásia - Pacífico (APEC), em São Francisco, que acolhe desde sábado mais de 20 países da região e que se prolonga até sexta-feira.

"Os dois chefes de Estado vão manter um diálogo aprofundado sobre questões estratégicas, gerais e direcionais, relativas às relações entre China e Estados Unidos, bem como sobre questões fundamentais relativas à paz e ao desenvolvimento no mundo", declarou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning.

A responsável pediu aos EUA que "respeitem sinceramente as preocupações razoáveis da China e os seus direitos legítimos ao desenvolvimento, em vez de se concentrarem apenas nas suas próprias preocupações, prejudicando os interesses da China".

Biden e Xi vão discutir questões bilaterais, regionais e globais, bem como formas de "gerir a concorrência de forma responsável", de acordo com a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre.

Segundo um alto funcionário dos EUA, o objetivo da reunião de quarta-feira é "estabilizar" as relações bilaterais.

Espera-se que a reunião aborde um vasto leque de divergências, incluindo sobre Taiwan, onde as próximas eleições, dentro de dois meses, podem desencadear novas tensões com Pequim, que reivindica a ilha como uma província sua e não exclui a possibilidade do uso da força para reunificar o território.

A cimeira Biden - Xi ocorre após várias reuniões nos últimos meses entre altos funcionários dos dois países. Este é o primeiro encontro entre os chefes de Estado desde novembro de 2022, em Bali.

A APEC foi criada há 30 anos, quando os políticos norte-americanos acreditavam que um comércio vigoroso aproximaria os países banhados pelo Oceano Pacífico.

Esta visão é hoje repudiada em Washington, por preocupações com direitos laborais e segurança nacional.

"Como os tempos mudaram", afirmou Nicholas Szechenyi, do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, um grupo de reflexão ('think tank'). "Os parceiros querem ter acesso ao mercado e querem a liberalização do comércio. Mas os EUA já não estão para aí virados".

A administração de Biden passou os últimos meses a intensificar as sanções contra a China, vista como o principal obstáculo à hegemonia dos Estados Unidos no cenário mundial.

Ambos os países apelam a uma maior estabilidade nas suas relações económicas e políticas, mas como uma visita a Washington é politicamente inviável, a APEC oferece a Xi uma oportunidade única de ver o seu homólogo em solo norte-americano.

Enquanto utilizam recursos diplomáticos consideráveis para se reaproximarem da China, os Estados Unidos estão a tentar isolar a Rússia, que também é membro da APEC, devido à invasão da Ucrânia.

Moscovo vai ser representada pelo vice-primeiro-ministro Alexei Overtchouk. É o visitante russo de mais alto nível a visitar os Estados Unidos desde o início da guerra.

Em termos de diplomacia, Biden, ao contrário do seu antecessor e rival Donald Trump, tem feito questão de enfatizar as alianças, em particular através de novos formatos, como o pacto militar tripartido com a Austrália e o Reino Unido.

Os aliados dos EUA na APEC incluem o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, que visitou Washington e Pequim no mês passado, o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, e o Presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol.

Antes de viajar para São Francisco, Biden recebeu na Casa Branca o Presidente cessante da Indonésia, Joko Widodo. Os Estados Unidos cobiçam as vastas reservas de níquel do arquipélago, que são essenciais para produzir baterias para veículos elétricos, mas a China domina a produção local.

É improvável que a cimeira ofereça uma pausa na questão diplomática que tem dominado a atenção de Biden no último mês: a guerra entre Israel e o Hamas.

Os membros da APEC incluem não só a Indonésia, o maior país de maioria muçulmana do mundo, mas também a vizinha Malásia. O primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim, desloca-se a São Francisco apesar dos apelos da oposição a um boicote, devido ao apoio dos EUA a Israel.

Leia Também: China admite que "não vai ser fácil" encontro entre Xi e Biden

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