Ministro defende que se trate Autoridade Palestiniana como o Hamas

O ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben Gvir, de extrema-direita, afirmou hoje que a Autoridade Nacional Palestiniana (ANP) "deve ser tratada da mesma forma" que o movimento islamita Hamas.

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Lusa
16/11/2023 11:43 ‧ 16/11/2023 por Lusa

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Israel

Numa mensagem publicada na conta pessoal na rede social X, anteriormente conhecida como Twitter, Ben Gvir sustentou a afirmação depois de um ataque terrorista ainda por reivindicar, ao início do dia, a um posto de controlo a sul de Jerusalém, que feriu sete pessoas.

"O ataque em Gush Etzion prova mais uma vez que o conceito falha não só em Gaza, mas também na Judeia e Samaria [o nome bíblico para a Cisjordânia usado pelas autoridades israelitas para se referirem ao território]", disse Ben Gvir.

"Temos de confrontar o Hamas e a Autoridade Nacional Palestiniana, que tem uma visão semelhante à do Hamas e cujos dirigentes simpatizam com o massacre perpetrado pelo Hamas [nos ataques de 07 de outubro], da mesma forma que o fazemos em Gaza", afirmou.

Ben Gvir disse que confiar no Presidente da ANP, Mahmoud Abbas, que descreveu como "um negacionista do Holocausto", é um ato de "ilegalidade". 

"A contenção vai rebentar-nos na cara, tal como aconteceu em Gaza. É altura de agir", afirmou.

Ben Gvir é um dos elementos mais extremistas do governo israelita, chefiado por Benjamin Netanyahu e constituído por partidos de extrema-direita e ultraortodoxos.

Desde que foi nomeado ministro, Ben Gvir fez uma série de declarações que suscitaram críticas, incluindo a sua defesa de que a mobilidade dos colonos na Cisjordânia, região controlada pela ANP, associada à organização Fatah, deve prevalecer sobre a dos palestinianos.

Além disso, descreveu os colonos responsáveis por ataques a aldeias palestinianas na Cisjordânia como "crianças doces" e fez visitas à Esplanada das Mesquitas, conhecida pelos judeus como Monte do Templo, ações fortemente criticadas pelas autoridades palestinianas e pelos países muçulmanos da região.

O ataque de hoje perpetrado por três indivíduos armados, todos eles "neutralizados" pelas forças de segurança, e deixou sete feridos, um dos quais em estado crítico. 

Até ao momento, nenhum grupo reivindicou a autoria do tiroteio, que ocorreu quando o veículo foi intercetado num posto de controlo.

Por seu lado, o chefe da polícia israelita, Kobi Shabtai, citado pelo diário 'Haaretz', afirmou que os atacantes "tinham o objetivo de perpetrar um massacre".

"Não sei qual era o objetivo do ataque, mas a quantidade de munições e o que transportavam indicam que tencionavam ficar durante muito tempo", afirmou.

O incidente ocorreu no meio de um escalar da violência que se intensificou este ano após os ataques do Hamas em território israelita, a 07 de outubro, que causaram cerca de 1.200 mortos, tendo o movimento islamita feiro mais de 240 reféns.

As autoridades da Faixa de Gaza, controlada pelos islamitas, informaram que mais de 11.200 pessoas foram mortas na ofensiva israelita contra o enclave, enquanto mais de 180 palestinianos foram mortos na Cisjordânia e em Jerusalém pelas forças de segurança israelitas e em ataques de colonos.

Leia Também: Polícia israelita abateu três homens envolvidos no ataque em Jerusalém

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