O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, confirmou, este domingo, que 31 "bebés muito doentes" foram retirados do hospital Al-Shifa, juntamente com seis profissionais de saúde e 10 familiares.
"A OMS liderou uma segunda ação da ONU e do Crescente Vermelho Palestiniano ao Hospital Al-Shifa em Gaza, hoje, em condições de segurança extremamente intensas e de alto risco. Foram retirados 31 bebés muito doentes, juntamente com 6 profissionais de saúde e 10 familiares dos funcionários", refere o responsável da OMS.
"Foram utilizadas seis ambulâncias do Crescente Vermelho Palestiniano para a transferência. Os bebés foram levados para o Hospital Maternidade Al-Helal Al-Emairati, onde estão a receber cuidados urgentes na unidade de cuidados intensivos neonatais", destaca ainda.
Ghebreyesus referiu que "estão a ser planeadas outras missões para transportar urgentemente os restantes doentes e pessoal de saúde para fora do Hospital Al-Shifa", enquanto "se aguardam garantias de passagem segura" para as vítimas.
"Estamos profundamente comovidos e impressionados com a extraordinária bravura e o serviço dos profissionais de saúde em Gaza, que continuam a prestar serviço nas circunstâncias mais terríveis e difíceis", concluiu.
.@WHO has led a second @UN and @PalestineRCS mission to Al-Shifa Hospital in #Gaza today, under extremely intense and high-risk security conditions.
— Tedros Adhanom Ghebreyesus (@DrTedros) November 19, 2023
31 very sick babies were evacuated, along with 6 health workers and 10 staff family members.
6 Palestine Red Crescent ambulances… pic.twitter.com/YJc25M0vnc
Um conjunto de fotografias, divulgadas pela agência Getty e que pode ver na galeria de imagens acima, mostram médicos palestinianos a cuidar dos bebés no Hospital dos Emirados, em Rafah.
Uma equipa das Nações Unidas, liderada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que visitou o hospital Al-Shifa no sábado, comunicou na manhã deste domingo que havia 32 bebés entre os doentes críticos que tinham ficado no hospital depois das tropas israelitas terem mandado evacuar o local.
Além dos bebés, o edifício ainda albergava 25 funcionários e 291 doentes, incluindo os 32 bebés em estado crítico, 22 doentes submetidos a diálise e dois em cuidados intensivos.
A equipa pôde visitar o hospital Al-Shifa durante uma hora, depois da retirada, no sábado, de cerca de 2.500 civis deslocados, pacientes com mobilidade e pessoal médico.
Segundo a OMS, que liderou a missão, 25 profissionais de saúde permaneceram no local, juntamente com os pacientes.
"Os pacientes e o pessoal de saúde com quem falaram estavam aterrorizados com a sua segurança e saúde e pediram a retirada", disse a agência, descrevendo Al-Shifa como uma "zona de morte".
"A equipa deparou-se com um hospital que já não estava em condições de funcionar: sem água, sem eletricidade, sem alimentos, e com os fornecimentos médicos esgotados", escreveu o secretário-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. numa publicação na rede social X (antigo Twitter).
"Tendo em consideração a situação deplorável e o estado de numerosos doentes, incluindo bebés, os funcionários hospitalares pediram ajuda para retirar os doentes que já não podem receber nesse local os cuidados vitais", acrescentou.
De recordar que há muito que Israel alega que o Hamas mantém um vasto posto de comando dentro e debaixo do hospital Al-Shifa.
O hospital é considerado um alvo-chave para Israel pôr fim ao domínio dos militantes em Gaza, na sequência do amplo ataque contra Israel desencadeado pelo Hamas há seis semanas e que desencadeou a guerra em curso.
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