"Até agora, capturámos mais de 300 membros das organizações terroristas, durante a operação terrestre [em Gaza], que foram levados para território israelita para mais interrogatórios. A informação que surge dos interrogatórios dos terroristas é muito valiosa, uma vez que conduz à eliminação de combatentes das milícias e à preservação da segurança das nossas forças", sustentou o porta-voz militar israelita num comunicado.
No texto, referiu também que, durante os interrogatórios, os combatentes capturados "forneceram a localização de túneis subterrâneos terroristas e depósitos de armamento, além de exporem os métodos de ataque do inimigo e os seus esforços para a infiltração da população civil".
O Exército israelita destacou igualmente que a informação obtida permitiu a identificação de mais de 300 novos alvos na Faixa de Gaza e a eliminação de outros 100.
Um alto responsável militar explicou hoje, numa videoconferência, que estes interrogatórios deram às tropas "muita informação de que antes não dispunham e novas formas de operar".
O responsável afirmou também que a ofensiva israelita causou um número elevado de baixas em muitos dos 24 batalhões em que, indicou, se divide o braço armado do Hamas e estimou que o número de combatentes mortos em Gaza desde o início da guerra, a 07 de outubro, deve ascender a "alguns milhares", mas não forneceu dados concretos.
Israel declarou a 07 de outubro guerra ao Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) -- desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel -, após um ataque do grupo islamita que incluiu o lançamento de 'rockets' e a infiltração em território israelita de cerca de 3.000 combatentes, que massacraram cerca de 1.200 pessoas, feriram cerca de 5.000 e sequestraram mais de 200.
O Exército israelita contra-atacou imediatamente com as suas forças aéreas e navais e, desde finais de outubro, também com uma ofensiva terrestre, durante a qual morreram, até agora, 66 soldados.
Em 45 dias de guerra, a ofensiva israelita fez mais de 13.000 mortos na Faixa de Gaza, segundo o Ministério da Saúde local, que estima contudo que, devido aos milhares que se encontram debaixo dos escombros, o número de vítimas mortais deve já ultrapassar 16.000.
A ele se somam dezenas de milhares de feridos e ainda, segundo a ONU, 1,7 milhões de deslocados -- mais de dois terços da população total daquele enclave palestiniano pobre, que enfrenta uma grave crise humanitária, devido à escassez de água, alimentos, eletricidade, medicamentos e combustível.
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