"Estamos totalmente horrorizados com o assassinato de três médicos após um ataque ao hospital Al Awda, um dos últimos hospitais em funcionamento no norte de Gaza", realçou a ONG em comunicado.
Entre os mortos estão Mahmud Abu Nujaila e Ahmad al Sahar, dois médicos que trabalhavam para a MSF, enquanto Ziad al Tatari era funcionário do hospital Al-Awda, de acordo com a nota, que lembra que "mais de 200 pacientes" permanecem presos no hospital e que este "deve ser evacuado com urgência".
"Os ataques a instalações médicas constituem uma grave violação do Direito Internacional Humanitário, algo que, infelizmente, tem acontecido sistematicamente nas últimas semanas", vincou a MSF, que reiterou o apelo a um cessar-fogo imediato e ao levantamento do cerco a Gaza.
Dezenas de palestinianos que trabalhavam ou estavam hospitalizados em dois hospitais do norte da Faixa de Gaza morreram hoje na sequência de bombardeamentos do Exército israelita, informou o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo grupo islâmico palestiniano Hamas.
Segundo a mesma fonte, um bombardeamento causou deixou "dezenas de mortos" no hospital indonésio, na cidade de Bait Lahia, onde esta segunda-feira morreram pelo menos 12 pessoas devido aos ataques israelitas, enquanto em Al-Awda houve "dezenas de mortos e feridos entre pacientes e equipa médica".
A 07 de outubro, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) -- desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel -- realizaram em território israelita um ataque de dimensões sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.200 mortos, na maioria civis, cerca de 5.000 feridos e mais de 200 reféns.
Em retaliação, Israel declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre que cercou a cidade de Gaza.
A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 46.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza mais de 14.000 mortos, na maioria civis, e mais de 30.000 feridos, de acordo com o mais recente balanço das autoridades locais, e 1,7 milhões de deslocados, segundo a ONU.
Israel tem justificado os seus ataques a escolas, mesquitas, mercados e hospitais em Gaza argumentando que o Hamas utiliza estruturas civis para atividades de guerra.
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