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Comissário diz que UE deve reforçar posição contra alterações climáticas

O comissário europeu para a Ação Climática advertiu que a União Europeia (UE) tem de reforçar a sua posição enquanto impulsionadora da transição ecológica e advertiu Pequim para o seu papel para debelar as alterações climáticas.

Comissário diz que UE deve reforçar posição contra alterações climáticas
Notícias ao Minuto

23:13 - 21/11/23 por Lusa

Mundo Clima

"Precisamos de olhar para outros [países] que se responsabilizem e precisamos de fazer mais no que diz respeito à mitigação [das alterações climáticas]. Precisamos de fazer mais na adaptação. E desde o princípio fomos explícitos: precisamos de fazer muito mais quanto às emissões, na redução dos [combustíveis] fósseis [...]. A minha visão é que estão todas conectadas. Isto não é um restaurante onde é possível escolher uma coisa sem os outros elementos, essa realidade não existe", disse Wopke Hoekstra, em entrevista à Lusa e outras agências de notícias europeias, em Bruxelas, no seguimento do projeto Redação Europeia (European Newsroom).

O comissário, nomeado em outubro, reforçou que lutar contra as alterações climáticas tem de ser feito "não porque os ministros europeus gostam disso, mas, simplesmente, porque os cientistas estão a dizer que tem de ser feito".

"Isto se nós quisermos mitigar um desastre que vem a caminho e que vem mesmo".

Wopke Hoekstra, antigo ministro dos Negócios Estrangeiros dos Países Baixos e vice-primeiro-ministro do país, considerou que há na UE "um tremendo sentido de responsabilidade dado o problema que o mundo está a enfrentar".

"Em cada capital europeia, apesar de haver uma ou outra diferença, as pessoas querem contribuir, querem contribuir em todo o planeta. E esse espírito é o que vou levar para todas as discussões [sobre debelar as alterações climáticas]", completou.

Contudo, Wopke Hoekstra recordou que os 27 da União Europeia apenas "são responsáveis por 7% das emissões globais".

"Por isso, 93% das emissões ocorrem fora da Europa. E se não resolvermos essa parte da equação, as alterações climáticas continuarão a existir, não só noutras partes do mundo, também aqui. Dito isto, é importante que na próxima década caminhemos com as nossas empresas, os nossos países e as nossas pessoas [para o objetivo da redução de emissões]", elaborou o comissário europeu.

Reconheceu que, apesar da guerra na Ucrânia e do agravamento das tensões no Médio Oriente, "não há alternativa" ao Pacto Verde, cuja eficácia a nível global depende também da China, uma das maiores economias mundiais, responsável por uma grande porção das emissões poluentes.

"Na semana passada disse aos nossos parceiros na China o mesmo que digo a todas as pessoas pelo mundo: dada a natureza da tarefa diante de nós, todos devemos poder pagar por isso. Precisamos de ir além da ideologia [...]. A China progrediu tremendamente. É a segunda maior economia do mundo e tem praticamente o mesmo número de veículos elétricos que a União Europeia. Toda essa influência e todo este poder económico vem também com uma responsabilidade. No caso da China é assim, como é para todos nós", comentou.

Questionado sobre o processo que envolve a alegada prática de crimes na exploração do lítio em Portugal, que levou o ministro das Infraestruturas, João Galamba, a demitir-se e o possível incumprimento dos objetivos climáticos no país, o comissário europeu disse não querer responder a assuntos que estão sob alçada da Justiça.

Leia Também: PE leva fim de subsídios a combustíveis fósseis à conferência COP28

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