Israel e o movimento islamita anunciaram hoje que chegaram a um acordo que prevê a libertação de reféns detidos na Faixa de Gaza em troca de prisioneiros palestinianos e uma trégua de quatro dias nos combates.
A primeira fase prevê a libertação de 50 reféns israelitas e 150 prisioneiros palestinianos durante quatro dias.
Poderão seguir-se outras trocas na mesma proporção de três para um.
Israel tornou públicos os nomes de 300 detidos palestinianos suscetíveis de serem libertados: 33 mulheres, 123 adolescentes e 144 homens com cerca de 18 anos, segundo a agência francesa AFP.
O mais novo é Adam Abouda Hassan Gheit, 14 anos, de Jerusalém Oriental, ocupada e anexada por Israel.
Foi detido em maio por "sabotagem (...), agressão a um agente da polícia e lançamento de pedras".
A mais velha é uma mulher de 59 anos, Hanan Salah Abdallah Barghouti, detida em setembro por "atividades ligadas ao Hamas, incluindo transferências de dinheiro".
Dos 300 detidos, 49 são membros do Hamas, 60 do Fatah, o partido do presidente da Autoridade Palestiniana na Cisjordânia, e 17 pertencem à Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP, um movimento palestiniano de base marxista).
Não foi especificada a filiação dos restantes.
A pessoa mais proeminente é Israa Jaabis, 38 anos, condenada a 11 anos de prisão por ter feito explodir uma botija de gás num carro num posto de controlo em 2015, ferindo um agente da polícia.
A organização israelita de direitos humanos Hamoked saudou o acordo.
"A tomada de reféns é em si mesma ilegal, é um crime de guerra, e o Hamas deve libertar todos os reféns incondicionalmente", afirmou a diretora executiva da Hamoked, Jessica Montell, num comunicado.
Montell considerou "apropriado que Israel liberte os detidos para atingir este objetivo".
Referiu que a maior parte dos 300 prisioneiros palestinianos são "detidos que aguardam julgamento, com acusações que vão desde o lançamento de pedras até à tentativa de homicídio".
O grupo inclui mulheres e adolescentes detidos sem acusação ou julgamento, em regime de detenção administrativa, ou seja, sem que as autoridades israelitas tenham apresentado qualquer acusação contra a pessoa detida.
"A libertação destas pessoas deveria ter sido incondicional, pelo que um acordo para a libertação dos reféns israelitas e dos detidos administrativos palestinianos é duplamente bem-vindo", acrescentou.
O Hamas fez cerca de 240 reféns quando atacou o sul de Israel, em 07 de outubro, com um saldo de 1.200 mortos, segundo as autoridades israelitas.
Em reação ao ataque terrorista, Israel declarou guerra ao Hamas e lançou uma ofensiva contra a Faixa de Gaza, que o grupo islamita disse que já provocou mais de 14.100 mortos.
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