Israel promete manter guerra contra "sub-humanos cruéis" após trégua
O Governo israelita prometeu hoje continuar a guerra contra os "sub-humanos cruéis e assassinos" do Hamas, depois da trégua acordada com o movimento palestiniano para a libertação de reféns em troca de prisioneiros, em vigor a partir desta quinta-feira.
© Brendan Smialowski/AFP via Getty Images
Mundo Israel/Hamas
"Cidadãos de Israel, quero ser claro, a guerra continua. Continuaremos até atingirmos todos os nossos objetivos de trazer de volta todos os reféns, de liquidar o Hamas e de garantir que no dia seguinte ao Hamas em Gaza não haja nenhum fator para que as crianças sejam educadas no terror ou para que seja um refúgio para terroristas", garantiu o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, na sua primeira intervenção pública após o acordo alcançado com o grupo islamita.
O chefe do Governo israelita insistiu que o acordo alcançado com o Hamas, que inclui uma trégua de quatro dias para a libertação de 50 reféns israelitas e 150 prisioneiros palestinianos, surgiu graças à combinação de um esforço militar, para criar pressão sobre o Hamas, e outro político.
"Aproveitamos todas as oportunidades para libertar os nossos reféns, porque trazê-los de volta é uma missão sagrada", frisou Netanyahu, numa conferência de imprensa conjunta com o ministro da Defesa, Yoav Gallant, e o antigo ministro da Defesa e membro do gabinete de guerra, Benny Gantz.
Gallant salientou, por sua vez, que "o Hamas só entende a força, portanto, quanto mais força, maior será o feito e, portanto, melhor será a oportunidade de trazer de volta os reféns".
"Estamos a falar de sub-humanos cruéis e assassinos, mas entendem a força e espero que, com a ajuda de Deus, libertemos os reféns e mostremos ao mundo a força israelita", apontou o ministro da Defesa.
Para Gallant, "todo o sistema de segurança está empenhado em completar a guerra até ser atingido o objetivo: liquidar o Hamas e trazer de volta os reféns".
O Governo israelita chegou a acordo na madrugada de hoje para autorizar a trégua com o Hamas, com a rejeição dos três ministros do Partido do Poder Judaico (Otzma Yehudit), da extrema-direita e ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, por considerarem que se trata de um erro que funcionará contra Israel.
Benny Gantz sublinhou que tem consciência de que, com a trégua, "o outro lado" os está a testar e que "vão tentar ganhar tempo".
E garantiu: "A decisão de ontem foi uma das decisões mais difíceis que tomei nos quarenta anos em que tenho servido este país e nesta guerra. Haverá muitas mais decisões deste tipo, mas estou totalmente convencido de que esta é a decisão certa".
A 07 de outubro, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) -- desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel -- realizaram em território israelita um ataque de dimensões sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.200 mortos, na maioria civis, cerca de 5.000 feridos e mais de 200 reféns.
Em retaliação, Israel declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre que cercou a cidade de Gaza.
A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 47.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza mais de 14 mil mortos, na maioria civis, e mais de 33.000 feridos, de acordo com o mais recente balanço das autoridades locais, e 1,7 milhões de deslocados, segundo a ONU.
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