Num discurso em Brasília em que anunciou as ações que o país pretende abordar enquanto coordenar o grupo formado pelos países mais desenvolvidos mais a União Europeia e a União Africana (G20), o chefe de estado brasileiro prometeu que o Brasil organizará "uma reunião histórica."
A próxima reunião do G20 será "o evento mais importante que nós estamos sediando. Eu acho que é mais importante, do ponto de vista político, do que uma Copa do Mundo" [campeonato de futebol], frisou noutro momento da sua intervenção o Presidente brasileiro.
O Brasil receberá a presidência rotativa do G20 da Índia em 01 de dezembro deste ano, assumindo-a até dezembro de 2024, quando passa para a África do Sul.
Entre os pontos que país sul-americano pretende incluir como temas centrais dos debates do G20 estão a questão da desigualdade e da pobreza.
"Um outro assunto que a gente vai discutir com muita força é a questão climática, a questão da transição energética", acrescentou.
Lula da Silva aproveitou o discurso para criticar instituições financeiras citando o Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional (FMI) que, segundo ele, funcionam como "se nada estivesse a acontecer no mundo, como se estivesse tudo resolvido" e citou os problemas económicos da Argentina.
"Muitas vezes, instituições emprestam dinheiro não com o objetivo de salvar o país que está tomando dinheiro emprestado", disse, e não para "produzir um ativo produtivo, numa demonstração de que não há contribuição para salvar a vida dos países", argumentou.
"Nós estamos vendo o que aconteceu na Argentina, no continente africano, com 800 mil milhões de dólares [733,5 mil milhões de dólares] de dívida e que, se não houver uma rediscussão de como fazer financiamento para os países pobres, a gente não vai ter solução. Os ricos vão continuar ricos, os pobres vão continuar pobres e quem está com fome, vai continuar com fome", completou.
Ao logo do mandato de um ano, as autoridades brasileiras preveem mais de 100 reuniões dos grupos de trabalho e forças-tarefa que compõem o G20, tanto presenciais quanto virtuais, em nível técnico e ministerial, em cinco cidades do Brasil.
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