O porta-voz do Kremlin (Presidência), Dmitri Peskov, afirmou que a criação de um equivalente militar do espaço Schengen é mais uma forma de confronto da Aliança Atlântica com a Rússia, segundo a agência de notícias TASS.
"A Aliança sempre considerou o nosso país como um adversário, agora considera o nosso país como um adversário óbvio, mas isto [o Schengen militar] não visa mais do que alimentar a tensão na Europa, o que tem as suas próprias consequências", disse.
Peskov reagia a uma entrevista do chefe do Comando Conjunto de Apoio e Logística da NATO, Alexander Solfrank, à agência Reuters, em que lamentou que não se tenha conseguido criar um sistema "Schengen militar" na Europa em seis anos.
Tal permitiria transferir rapidamente tropas e equipamento pesado através da União Europeia (UE), principalmente a partir dos portos da costa atlântica onde podem chegar reforços dos Estados Unidos e do Canadá, para as fronteiras da Rússia e da Bielorrússia.
Segundo a agência britânica, a NATO está a avisar os seus membros de que a existência de demasiadas restrições dificulta a circulação das tropas na Europa, o que pode causar atrasos se surgir um conflito com a Rússia.
"A Europa não está disposta a ouvir as nossas preocupações" e está a "abstrair-se do princípio imutável da indivisibilidade da segurança", disse Peskov.
"O avanço da NATO em direção às fronteiras da Rússia só pode levar a medidas de retaliação para garantir a nossa própria segurança", acrescentou.
O espaço Schengen foi criado pela UE em 1995 e "permite que mais de 400 milhões de pessoas viajem livremente entre países membros sem passar por controlos de fronteiras", segundo o Conselho Europeu.
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