O Exército deteve também uma criança de 12 anos no campo de refugiados de Jalazone, em Ramallah, denunciou a organização não-governamental (ONG) palestiniana Clube dos Prisioneiros.
Em Jenin, o ministério indicou que "os dois rapazes, Adam al-Ghul, de oito anos, e Bassem Abu el-Wafa, de 15 anos, foram mortos por balas do ocupante" israelita.
Um responsável do Crescente Vermelho Palestiniano precisou que a criança e o adolescente se encontravam "numa rua perpendicular à avenida principal do centro da cidade de Jenin", uma zona teoricamente interdita ao Exército israelita por ser de controlo exclusivo da Autoridade Palestiniana.
Imagens de videovigilância divulgadas na Internet mostram uma criança abatida a tiro numa rua e várias outras a fugir correndo.
Noutras imagens, vê-se um adolescente também atingido a tiro. Outras balas voam à sua volta e ele cai por terra e parece pedir socorro, enquanto outros cinco adolescentes correm a refugiar-se atrás de viaturas e no interior de uma loja. O rapaz debate-se no chão, agonizante, durante pelo menos 30 segundos.
Questionado pela agência de notícias francesa AFP, o Exército israelita disse "estar a verificar" tais informações.
Referiu, no entanto, que foi feito um 'raid' noturno no campo de refugiados de Jenin, durante o qual "foram mortos dois terroristas do topo da hierarquia", um dos quais era procurado por dois ataques que mataram e feriram cidadãos israelitas.
O Crescente Vermelho relatou ter socorrido seis palestinianos feridos a tiro nessa incursão.
Desde o ataque realizado a 07 de outubro pelo movimento islamita palestiniano Hamas em Israel, que fez 1.200 mortos, na maioria civis, segundo as autoridades palestinianas, a violência intensificou-se na Cisjordânia: cerca de 240 palestinianos foram mortos por soldados ou colonos israelitas, segundo o Ministério da Saúde palestiniano.
Em Jalazone, o pai de Karim Ghawanmeh, de 12 anos, indicou ter recebido "uma chamada a meio da noite", efetuada pelo seu irmão, na presença de militares israelitas.
"Um oficial disse: ou o Karim vem agora e nós detemo-lo, ou você o leva amanhã de manhã", relatou Mahmud Ghawanmeh, citando o irmão.
"Não tive outra alternativa se não apresentar-me com ele de manhã, pensei que ficaria com ele durante o seu interrogatório, mas o oficial disse-me para voltar para casa", prosseguiu, sem especificar de que é o filho acusado.
Também neste caso, o Exército israelita se escusou, por, agora a emitir comentários.
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