Na região afetada pelas chuvas torrenciais, Somália, no leste da Etiópia, com o mesmo nome do país vizinho, foram "confirmados 772 casos de cólera e registadas 23 mortes devidas a esta doença mortal em apenas duas semanas", afirmou a organização não-governamental (ONG) num comunicado de imprensa, sublinhando que mais de 80% dos casos dizem respeito a crianças com menos de 5 anos.
Embora não tenham sido registados casos desde meados de setembro, "uma combinação mortal de sistemas de abastecimento de água inundados, falta de serviços de saneamento básico e estações de tratamento de água danificadas levou a um aumento desta doença", acrescentou a Save the Children.
A epidemia de cólera na Etiópia, mas também no Corno de África, "pode ficar fora de controlo, se o Governo e os doadores não tomarem medidas rápidas para fornecer água potável e saneamento às comunidades forçadas a abandonarem as suas casas" devido às inundações, alertou a organização.
Pelo menos 57 pessoas morreram em inundações causadas por chuvas torrenciais na Etiópia, de acordo com a agência da ONU responsável pela coordenação humanitária (OCHA), e mais de 600.000 outras foram deslocadas, principalmente no sul do país.
Mais de 100 pessoas morreram também na Somália e 120 no Quénia em consequência do mau tempo ligado ao fenómeno climático El Niño.
A cólera é uma infeção diarreica aguda causada pela ingestão de alimentos ou água contaminados com a bactéria 'vibrio cholerae'.
Três quartos das pessoas infetadas não apresentam sintomas. Mas a doença pode ser letal em 10 a 20% dos casos, com diarreia grave e vómitos que conduzem a uma desidratação acelerada.
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