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Hamas não queria que mulheres reféns falassem sobre cativeiro, dizem EUA

Um porta-voz da diplomacia norte-americana admitiu hoje que os esforços para prolongar a pausa nos combates em Gaza falharam em parte porque o Hamas não queria que as mulheres reféns revelassem o que tinham sofrido.

Hamas não queria que mulheres reféns falassem sobre cativeiro, dizem EUA
Notícias ao Minuto

21:48 - 04/12/23 por Lusa

Mundo Israel

"Parece que uma das razões pelas quais não querem libertar as mulheres que mantêm reféns e que a pausa foi quebrada é que não querem que essas mulheres falem sobre o que lhes aconteceu enquanto estavam detidas", disse Matthew Miller.

Israel suspendeu a ofensiva em Gaza no âmbito de um acordo negociado sob a égide do Qatar e dos Estados Unidos para libertar os reféns raptados pelo Hamas durante o ataque de 07 de outubro.

As autoridades israelitas declararam na sexta-feira que retomavam a ofensiva militar porque o Hamas não tinha libertado todas as mulheres reféns.

O porta-voz do Departamento de Estado recusou-se a ser mais específico, alegando a natureza sensível da questão.

Mas disse que Washington não tem "nenhuma razão para duvidar" das informações sobre a violência sexual atribuída ao grupo islamita palestiniano.

"Há muito pouco que eu ache que o Hamas não seja capaz de fazer no que diz respeito ao tratamento de civis e, em particular, ao tratamento de mulheres", disse Miller, citado pela agência francesa AFP.

Num ataque sem precedentes, comandos do Hamas invadiram o sul de Israel em 07 de outubro e mataram 1.200 pessoas, segundo as autoridades israelitas.

Os atacantes também raptaram 240 pessoas que levaram para a Faixa de Gaza, 137 das quais continuam a ser mantidas reféns, de acordo com o exército israelita.

Em represália, o exército israelita lançou bombardeamentos sobre a Faixa de Gaza, interrompidos durante uma semana de tréguas, que mataram quase 15.900 pessoas, segundo o Hamas.

A polícia israelita também disse estar a investigar possíveis violências sexuais cometidas em 07 de outubro, incluindo violações em grupo e a mutilação de cadáveres.

Os investigadores israelitas recolheram até agora "mais de 1.500 testemunhos chocantes e dolorosos", disse uma agente da polícia ao parlamento israelita na semana passada.

A agente referia-se a "raparigas despidas acima e abaixo da cintura" e a relatos de violação em grupo, da mutilação e do assassinato de uma jovem.

O Hamas rejeitou as acusações de violação e violência sexual, descrevendo-as como mentiras.

Leia Também: Israel: Mediadores do conflito sem resposta de Telavive e Hamas

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