Governo de Gaza? França quer envolvimento de Conselho de Segurança da ONU

França defendeu na segunda-feira um papel mais ativo do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) face à "situação de emergência" na Faixa de Gaza, incluindo na decisão sobre a governação do enclave no pós-conflito.

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© Michael M. Santiago/Getty Images

Lusa
05/12/2023 06:45 ‧ 05/12/2023 por Lusa

Mundo

Israel/Palestina

Num comunicado divulgado após uma reunião fechada do Conselho de Segurança sobre a situação em Gaza, o embaixador francês junto à ONU, Nicolas de Rivière, indicou que a situação no enclave está a "deteriorar-se ainda mais", defendendo uma trégua que conduza a um cessar-fogo.

"O Conselho de Segurança deveria agir (...), deveríamos fazer muito mais. Existe uma situação de emergência. Precisamos mais do que pausas humanitárias, precisamos de uma trégua que conduza a um cessar-fogo. Precisamos de acesso humanitário total, é absolutamente necessário agora", disse Rivière em comunicado.

Apesar de defender o direito de Israel "de se defender e de perseguir os terroristas" que cometeram os ataques de 07 de outubro, o embaixador francês alertou para a necessidade de pleno respeito pelo direito humanitário internacional e da libertação dos reféns.

"Depois, precisamos de discutir o que vem a seguir em Gaza, porque precisaremos de encontrar uma solução, e o Conselho de Segurança tem um papel a desempenhar na decisão sobre que tipo de governação colocar em Gaza para evitar outra crise no futuro", advogou.

O embaixador francês alertou ainda para a situação na Cisjordânia, que se "deteriora a cada hora".

Além disso, uma expansão deste conflito pela região do Médio Oriente seria uma "tragédia absoluta", frisou.

Por último, a missão francesa junto à ONU abordou a necessidade de se discutir a retomada de uma trajetória política, nomeadamente a solução de dois Estados.

"Se não avançarmos para a retomada de um processo político de paz, haverá outra crise em Gaza, outra crise na Cisjordânia, pior do que esta. Portanto, não creio que possamos continuar a recusar-nos a abordar a aspiração dos palestinianos à criação de um Estado. Eu acho que é uma necessidade", defendeu Nicolas de Rivière.

Leia Também: Israel nega pedido à OMS para esvaziar armazém no sul da Faixa de Gaza

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