"Enquanto os Estados Unidos apoiarem os crimes do regime sionista e a continuação da guerra (...) existe a possibilidade de uma explosão incontrolável da situação na região", afirmou o chefe da diplomacia iraniana.
O alerta de Hossein Amir-Abdollahian foi feito durante uma conversa telefónica com o secretário-geral da ONU, António Guterres, segundo um comunicado divulgado pelo ministério em Teerão e citado pela agência francesa AFP.
A troca de impressões teve lugar depois de os Estados Unidos terem vetado, na sexta-feira, uma resolução do Conselho de Segurança que apelava para um "cessar-fogo humanitário imediato" no território palestiniano da Faixa de Gaza.
A resolução, preparada pelos Emirados Árabes Unidos, recebeu 13 votos a favor, um contra e uma abstenção (Reino Unido).
O texto surgiu na sequência da invocação sem precedentes, por Guterres, do artigo 99.º da Carta da ONU para chamar a atenção do Conselho para uma questão que pode pôr em perigo a paz e a segurança internacionais.
"A utilização do artigo 99.º é uma ação corajosa da sua parte para preservar a paz e é apoiada pela opinião pública mundial", disse Amir-Abdollahian a Guterres, segundo o comunicado.
Para o ministro iraniano, a alegação israelita de que foi o Hamas que violou a trégua que terminou em 01 de dezembro "é totalmente falsa".
Teerão é um dos principais apoiantes internacionais do Hamas, que lançou um ataque sangrento em solo israelita em 07 de outubro, no qual morreram 1.200 pessoas, segundo as autoridades israelitas.
Em resposta, Israel lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza que causou 17.487 mortos, segundo os números divulgados pelo Hamas na sexta-feira.
Israel considera o Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007, como uma organização terrorista.
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