"O apelo de Guterres, ao colocar-se ao lado do Hamas e solicitar um cessar-fogo, desonra a sua posição", declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Eli Cohen, na rede social X.
O ministro israelita declarou que "a invocação do artigo 99, após este não ter sido utilizado para a guerra na Ucrânia ou (...) na Síria, é mais um exemplo da posição parcial e unilateral de Guterres".
"Um cessar-fogo neste momento evitaria o colapso da organização terrorista Hamas, que está a cometer crimes de guerra e crimes contra a humanidade, permitindo-lhes continuar a governar a Faixa de Gaza", alertou.
Cohen expressou gratidão aos Estados Unidos "pelo seu apoio na continuação da luta para trazer os reféns para casa e eliminar a organização terrorista Hamas, o que trará um futuro melhor para a região".
Por sua vez, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, na mesma rede social, garantiu que "um cessar-fogo é uma recompensa ao Hamas, dizendo adeus aos reféns detidos em Gaza".
"Apoie Israel na nossa missão: estamos a lutar pelo nosso futuro e estamos a lutar pelo mundo livre", disse Gallant.
O ministro da Defesa israelita também agradeceu aos Estados Unidos pela "sua liderança ousada" em apoio a Israel.
O grupo islamita Hamas, num comunicado, condenou "o veto de Washington contra um projeto de resolução no Conselho de Segurança da ONU que exige um cessar-fogo em Gaza.
"Consideramos que é uma posição imoral e desumana", referiu o Hamas.
O grupo islamita palestiniano mostrou a sua gratidão aos países a favor da cessação das hostilidades, entre os quais citou a Rússia, a China e o "Grupo Árabe".
Gueterres apelou na sexta-feira a um cessar-fogo humanitário imediato, depois de invocar o Artigo 99 da Carta das Nações Unidas, que permite ao secretário-geral dirigir-se ao Conselho de Segurança em situações extraordinárias.
Os Estados Unidos vetaram este pedido, considerando que se Israel entregasse as suas armas, o Hamas continuaria a manter reféns e a manter o controlo sobre a Faixa.
A resolução foi apresentada pelos Emirados Árabes Unidos, apoiada por 97 países membros e suportada por 13 membros do Conselho de Segurança, com a abstenção do Reino Unido.
Em mais de dois meses de guerra, o Conselho de Segurança votou diversas vezes resoluções de apelo ao fim do conflito.
Contudo, a única trégua declarada, de sete dias, não foi fruto de uma resolução da ONU, mas sim de negociações indiretas entre Israel e o Hamas com a mediação do Qatar e dos Estados Unidos para troca de reféns israelitas em Gaza por prisioneiros palestinianos em Israel.
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