O Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, que tenta mediar o conflito, estará presente "a pedido" de ambas as partes.
Os presidentes Nicolas Maduro e Irfaan Ali aceitaram "esta reunião realizada sob os auspícios da CELAC", a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos, da qual o primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas, Ralph Gonsalves, detém a presidência rotativa, "e da CARICOM", a Comunidade das Caraíbas, de acordo com um comunicado do chefe do governo do arquipélago que acolherá o encontro.
"Vamos todos assumir a resolução de fazer deste encontro histórico um sucesso", concluiu Ralph Gonsalves.
Caracas já havia anunciado uma reunião de "alto nível", após conversas hoje entre os Presidentes Maduro e Lula.
Lula da Silva tinha aconselhado, numa conversa telefónica, o seu homólogo venezuelano a não tomar "medidas unilaterais" que agravem o conflito fronteiriço entre a Venezuela e a vizinha Guiana.
O Presidente do Brasil, cujo Governo enviou reforços militares para a sua fronteira norte, reiterou também a "crescente preocupação" de outros países sul-americanos, que numa declaração conjunta na noite de quinta-feira tinham convidado "ambas as partes a dialogar e a procurar uma solução pacífica".
O presidente colombiano, Gustavo Petro, seguiu o exemplo, dizendo na rede X (antigo Twitter) que "o maior infortúnio que poderia acontecer à América do Sul seria uma guerra".
A descoberta de vastas jazidas de petróleo pela empresa norte-americana ExxonMobil em 2015 e as licitações da Guiana para exploração na área reavivaram a disputa de longa data sobre Essequibo, um território de 160.000 quilómetros quadrados administrado pela Guiana, mas que a Venezuela reivindica argumentando que a verdadeira fronteira é a que remonta ao império espanhol em 1777.
Os dois países têm trocado acusações há vários dias e o Conselho de Segurança da ONU reuniu-se à porta fechada na sexta-feira à noite, mas não houve qualquer declaração ou comunicação no final da reunião.
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