Organização Marítima pede união contra ataques no Mar Vermelho

O secretário-geral da Organização Marítima Internacional, Kitack Lim, considerou hoje inaceitáveis os recentes ataques a navios comerciais no Mar Vermelho e pediu aos Estados-membros para tomarem medidas conjuntas contra o terrorismo marítimo.

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© Israel Defense Forces/Anadolu via Getty Images

Lusa
12/12/2023 11:31 ‧ 12/12/2023 por Lusa

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"Os recentes relatos de ameaças feitas à navegação comercial no Mar Vermelho são extremamente alarmantes e inaceitáveis. A navegação comercial nunca deve ser vítima colateral de conflitos geopolíticos", sublinhou o líder da organização que faz parte da ONU, numa declaração enviada à Lusa.

"Qualquer ataque à navegação comercial é contrário ao direito marítimo internacional, incluindo as leis que protegem a liberdade", afirmou o secretário-geral da Organização Marítima Internacional (OMI).

Defendendo que "os navios, as cargas e os marinheiros devem ser protegidos em todos os momentos", Kitack Lim pediu aos Estados para trabalharem em conjunto "para garantir uma navegação global segura e sem entraves, em todo o lado, como um pré-requisito para a manutenção das cadeias de abastecimento mundiais".

A navegação deve ser feita "em conformidade com o quadro do Código de Conduta do Djibuti", referiu.

O Código de Conduta do Djibuti determina que os Estados signatários têm de cooperar para "reprimir o crime organizado transnacional no domínio marítimo, o terrorismo marítimo, a pesca ilegal, não regulamentada e não declarada e outras atividades ilegais no mar".

A reação da OMI foi divulgada depois de vários ataques a navios comerciais no Mar Vermelho, situado no Oceano Índico entre a África e a Ásia e que banha a Arábia Saudita, o Egito, o Iémen, Israel, Jordânia, Sudão, Eritreia e Djibuti.

Os rebeldes Houthi do Iémen, apoiados pelo Irão, têm lançado uma série de ataques a embarcações no Mar Vermelho, bem como drones e mísseis contra Israel, tendo atingido -- ou tentando - navios norte-americanos, britânicos, noruegueses e franceses, além de israelitas.

Os rebeldes, que têm reivindicado as ações, garantem que continuarão a atacar "até que cesse a agressão de Israel" na Faixa de Gaza.

Os Houthis, que controlam a capital iemenita e outras regiões, fazem parte do que descrevem como um "eixo de resistência" contra Israel, juntamente com grupos como o movimento de resistência islâmica Hamas e o Hezbollah libanês, apoiados pelo Irão.

Num comunicado publicado nas redes sociais, os Houthis declararam que "vão impedir a passagem de navios em direção à entidade sionista" se os habitantes do território palestiniano, bombardeado por Israel há dois meses, não receberem mais ajuda humanitária, como alimentos e medicamentos.

A guerra entre Israel e o Hamas começou em 07 de outubro, quando grupo islamita atacou, de surpresa e com uma força inédita, o território israelita, matando, segundo as autoridades de Telavive, 1.400 pessoas e fazendo mais de 200 reféns.

Em retaliação, Israel tem bombardeado Gaza e bloqueou a entrada de bens essenciais como água, medicamentos e combustível.

Embora os dois lados tenham feito uma trégua de alguns dias para troca de prisioneiros e acesso de ajuda humanitária, as autoridades palestinianas referem contabilizar mais de 15.000 mortos do seu lado.

Leia Também: Rebeldes Huthis reivindicam ataque a petroleiro de bandeira norueguesa

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