Segundo o exército maliano, que se limitou hoje a comunicar que repeliu na terça-feira um ataque "terrorista" ao campo militar de Farabougou, não se registaram vítimas.
O centro do Mali é um dos focos de maior violência na região do Sahel e, tal como noutras partes do país, a recolha e verificação de informações é complicada pela dificuldade de acesso a locais remotos e a fontes independentes num contexto geralmente degradado.
O poder maliano, controlado pela junta militar de coronéis que tomaram o poder pela força em 2020, têm relutância em falar sobre as perdas sofridas e afirmam reiteradamente que mantêm vantagem sobre os grupos armados.
O ataque dos extremistas islâmicos em Farabougou fez cerca de sessenta mortos, entre militares e civis, declarou à AFP um político local, sob condição de anonimato, para sua própria segurança.
A mesma fonte acrescentou que o acampamento do exército caiu nas mãos dos atacantes que, seguindo o seu modo habitual de procedimento, abandonaram rapidamente o local.
"Se contarmos os soldados e civis mortos e as pessoas de que não temos notícias, são pelo menos 62 pessoas", disse um residente que também insistiu em manter o anonimato.
Este residente disse que não tinha notícias de dois dos seus irmãos. "Não sei se foram mortos ou se estão em fuga ou escondidos", disse.
Dois funcionários da administração também falaram de numerosas mortes. Um deles falou de "dezenas e dezenas de vítimas" e referiu que Farabougou, uma cidade com alguns milhares de habitantes, se tinha esvaziado.
Numa curta declaração publica hoje nas redes sociais, o exército reconheceu que respondeu "vigorosamente para repelir um ataque terrorista contra o campo de Farabougou".
Desde 2012, o Mali tem sido assolado pelas atividades de grupos ligados à Al-Qaida e ao grupo extremista Estado Islâmico, pela violência de grupos de autodefesa e pelo crime organizado.
A crise de segurança está associada a uma profunda crise humanitária e política.
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