Os Médicos sem Fronteiras (MSF) vai encerrar temporariamente uma clínica de emergência em Port-au-Prince, capital do Haiti, na sequência de um ataque de homens armados contra uma ambulância.
Os suspeitos terão retirado o paciente em estado grave, que seguia na viatura de emergência, à força, espancaram-no e mataram-no a tiro, informou esta quinta-feira a instituição, reporta a agência Reuters.
"Precisamos de um mínimo de segurança para realizar a nossa missão médica. MSF é uma das poucas organizações internacionais que prestam cuidados médicos na capital. Não podemos aceitar que as nossas ambulâncias sejam atacadas e que os nossos pacientes sejam espancados e mortos", disse o chefe da missão de MSF no Haiti, Benoit Vasseur, através de um comunicado.
A MSF já tinha anunciado o fecho de um hospital no início deste ano. Segundo a Reuters, o alcance limitado dos grupos de ajuda deixa cada vez mais os cuidados de saúde nas mãos de organizações locais pequenas e sem dinheiro.
A escalada da violência de grupos armados no país obrigou muitos grupos de ajuda humanitária a interromper as suas operações devido à falta de segurança dos profissionais de saúde e dos doentes, assim como levou à diminuição dos orçamentos devido a campanhas subfinanciadas.
Estes confrontos, fortemente armados e cada vez mais intensos, já forçaram cerca de 200 mil pessoas a abandonar as suas casas. Há relatos de casas incendiadas, assassínios, raptos e violações por parte destes gangues.
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