Os Hutis disseram que realizaram, na quinta-feira, uma "operação militar contra um navio porta-contentores, o Maersk Gibraltar", com bandeira de Hong Kong que viajava de Salalah, Omã, para Jeddah, na Arábia Saudita, "alvejando-o com um drone".
Em comunicado, os rebeldes indicaram que o navio foi atingido na proa, perto de Bab el-Mandeb, estreito que separa a África Oriental da Península Arábica, acrescentando que agiram em resposta à "opressão do povo palestiniano".
O Comando Militar do Médio Oriente dos EUA disse que o míssil acabou por cair inofensivamente na água perto do 'Maersk Gibraltar'.
Os Hutis realizaram uma série de ataques a navios no mar Vermelho e lançaram drones e mísseis contra Israel. Nos últimos dias, ameaçaram atacar qualquer embarcação que acreditassem estar a ir ou a vir de Israel, embora vários navios visados não tivessem qualquer ligação aparente.
O 'Maersk Gibraltar' foi saudado via rádio por "uma entidade que se dizia ser a 'Marinha do Iémen' antes do lançamento do míssil contra o navio", disse a empresa privada de informações Ambrey.
"A 'Marinha do Iémen' exigiu que o navio alterasse a rota e se dirigisse para o Iémen. A Ambrey avaliou a entidade como sendo" os Hutis, lê-se num comunicado da empresa.
No comunicado, os Hutis afirmaram ter realizado o ataque depois de a tripulação se ter recusado a obedecer e acrescentaram terem "impedido durante as últimas 48 horas a passagem de vários navios" que se dirigiam para Israel.
"A segurança da nossa tripulação e do nosso navio é a nossa principal prioridade e todas as medidas de segurança possíveis são tomadas para garantir que os mantenhamos fora de perigo", escreveu a Maersk.
A empresa, um dos maiores armadores do mundo, acrescentou que "os ataques a navios comerciais no estreito de Bab al-Mandeb (...) são extremamente preocupantes".
O incidente foi o mais recente dos ataques marítimos atribuídos aos Hutis no âmbito da campanha de pressão sobre a guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza.
Na quarta-feira, dois mísseis disparados a partir de território controlado pelos Hutis atingiram um navio-tanque comercial de fabrico indiano carregado com combustível perto de Bab el-Mandeb.
Na segunda-feira à noite e também perto do mesmo estreito, um míssil disparado pelos rebeldes Huthis embateu num navio-tanque de bandeira norueguesa no mar Vermelho.
O estreito de Bab el-Mandeb tem apenas 29 quilómetros de largura no ponto mais estreito, o que limita o tráfego a dois canais para os carregamentos de entrada e saída.
Cerca de 10% de todo o petróleo comercializado no mar passa por ali. Estima-se que mil biliões de dólares (910 biliões de euros) em mercadorias passem anualmente pelo estreito.
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