Em comunicado hoje divulgado, o secretário-geral da organização, Jan Egeland, afirmou que os movimentos indiscriminados da população dentro da Faixa - foram registados mais de 1,9 milhões de deslocados desde o início da ofensiva militar israelita segundo a ONU - podem representar "uma violação grave do direito internacional".
"Empurrar centenas de milhares de pessoas para uma deportação irreversível complica a resolução deste conflito", acrescentou Egeland, que apelou à comunidade internacional para "condenar inequivocamente" a deslocação forçada da população palestiniana.
"Neste momento-chave, a comunidade internacional deve unir-se, ativar o Conselho de Segurança da ONU e empregar medidas diplomáticas, humanitárias e pacíficas para proteger todos os civis de potenciais crimes atrozes", acrescentou.
O Conselho Norueguês descreveu como "alarmantes" as informações que sugerem uma possível saída dos palestinianos em direção ao Egito, recordando também a deslocação massiva de 1948, descrita como 'Nakba' (ou catástrofe) e que permanece sem solução até hoje.
A guerra entre Israel e o Hamas começou em 07 de outubro, quando o grupo islamita palestiniano realizou um ataque sem precedentes em solo israelita, provocando, segundo as autoridades israelitas, cerca de 1.200 mortos, a maioria dos quais civis.
Cerca de 250 pessoas foram também sequestradas nesse dia e levadas para Gaza, 128 das quais ainda se encontram em cativeiro pelo movimento, considerado uma organização terrorista pela União Europeia (UE), pelos Estados Unidos e por Israel.
Em retaliação, Israel declarou guerra ao Hamas, bombardeando Gaza diariamente e provocando, segundo as autoridades locais, controladas pelo grupo islamita, mais de 20.000 mortos, entre os quais oito mil crianças e 6.200 mulheres, além de 52.600 feridos.
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