Em vários comunicados, o Hezbollah explicou que lançou numerosos ataques em retaliação aos "contínuos bombardeamentos israelitas contra casas e terras em aldeias no sul do Líbano".
O movimento xiita, apoiado pelo Irão, garantiu ter atacado vários locais militares israelitas ao longo da fronteira comum, como na cidade de Zabdin e Ramia, ambos ataques com "armas apropriadas" que não especificou, embora para outros lançamentos tenham utilizado "mísseis/foguetes Burkan".
Esta milícia libanesa assumiu também a responsabilidade por um ataque contra "uma sala de controlo perto do quartel Shumira", e outro contra "uma concentração de soldados israelitas perto do quartel Duviv", que em ambos os casos terá causado mortos e feridos.
Outro dos alvos do Hezbollah foi "um novo quartel-general de comando do inimigo sionista nas proximidades da colónia de Kiryat Shmona", onde lançaram um ataque aéreo com um 'drone'.
O porta-voz do Exército israelita, Daniel Hagari, advertiu hoje o Hezbollah, para as "consequências e a responsabilidade" pelos ataques contra Israel.
"Estamos a preparar-nos para todos os cenários caso não seja encontrada uma solução diplomática para as constantes violações por parte do Hezbollah da resolução do Conselho de Segurança da ONU", emitida em 2006, após a guerra entre o grupo xiita e Israel, frisou Hagari.
"As Forças de Defesa de Israel responderam e continuarão a responder, o Hezbollah está a tentar atrair o Líbano e a região de volta à guerra que o Hamas iniciou", acrescentou.
Hagari divulgou ainda que o Hezbollah lançou um míssil antitanque desde o Líbano, que atingiu uma igreja ortodoxa grega no norte de Israel, "ferindo dois cristãos israelitas".
"Quando as tropas israelitas chegaram para retirar os feridos, o Hezbollah disparou outro míssil contra a igreja, ferindo nove dos nossos soldados", denunciou ainda a mesma fonte.
Segundo a Agência Nacional de Notícias do Líbano (NNA), Israel continua a atacar com projéteis de artilharia pesada várias cidades no sul do Líbano, como a cidade de Qaqiyat al Jisr e Wadi al Hujair, onde caiu um projétil de fósforo, segundo esta fonte.
A fronteira israelo-libanesa está a viver a sua maior tensão desde a guerra entre o Hezbollah e Israel em 2006, após o ressurgimento da agressão por parte de milícias pró-palestinianas no dia seguinte ao início da guerra entre o grupo islamita palestiniano Hamas e Israel, na Faixa de Gaza, em 07 de outubro.
Desde o início das hostilidades na região, foram registadas mais de 168 mortes: treze em Israel - nove soldados e quatro civis - e pelo menos 156 no Líbano, incluindo 121 membros do Hezbollah, 16 membros de milícias palestinianas, um soldado e 18 civis - entre estes três jornalistas e três crianças.
Israel enviou mais de 200 mil soldados para a sua fronteira norte, onde a violência também deslocou milhares de habitantes: cerca de 80 mil pessoas foram retiradas de comunidades no norte de Israel e mais de 70 mil fugiram do sul do Líbano.
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