Num decreto presidencial anunciado domingo pelo portal LolaPlus e noticiado hoje pela agência Europa Press, Mamady Doumbouya decretou a libertação e o perdão de Aly Camara, que fazia parte do Grupo de Forças Especiais, a unidade de elite comandada por si, tendo sido seu braço direito até cair em desgraça, por motivos que nunca foram esclarecidos.
Camara, que passou o ano já na companhia da família, tinha sido acusado de roubar o computador do ex-presidente Alpha Conde, tendo sido expulso e detido no verão de 2022.
Por outro lado, no seu dicurso de fim de ano, Doumbouya anunciou a realização, este ano, de um referendo à Constituição do país.
"Durante este ano submeteremos uma nova Constituição a referendo. Prometo uma Carta Magna aprovada pelo povo. Não um corta e cola, mas uma Constituição inspirada no passado para construirmos junto o nosso futuro", afirmou o chefe militar, sem adiantar uma data específica.
Em 2010, Alpha Condé tornou-se o primeiro Presidente democraticamente eleito da Guiné-Conacri, após décadas de regimes autoritários ou ditatoriais, mas o seu desejo de permanecer no poder e de concorrer a um terceiro mandato suscitou fortes protestos até à sua queda, que foram violentamente reprimidos.
Após o golpe de Estado de 2021, o coronel Mamady Doumbouya foi empossado Presidente e, sob pressão internacional, comprometeu-se a entregar o poder aos civis eleitos no prazo de dois anos, a partir de janeiro de 2023.
Prometeu então reconstruir um Estado minado por divisões e pela corrupção considerada endémica. O seu Governo iniciou um grande número de processos contra pessoas próximas do antigo Presidente Condé.
O golpe de 5 de setembro de 2021 é um dos vários que abalaram a África Ocidental desde que os coronéis tomaram o poder no Mali, em agosto de 2020.
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