"No norte, destruímos 12 batalhões do Hamas, o que não significa que tenhamos eliminado todos", declarou hoje o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, numa visita às tropas israelitas em Gaza.
Segundo um comunicado do ministério, Gallant indicou que muitos dos "15.000 ou 18.000" alegados membros do Hamas no norte do enclave costeiro foram abatidos ou fugiram para o sul, sem acrescentar mais informação sobre estes números.
Por essa razão, o grupo islamita perdeu a capacidade de realizar ações no norte, como observar os movimentos de tropas israelitas para as atacar, acrescentou, salientando que "esse cenário é agora ali irrelevante".
O ministro sublinhou a importância de controlar a estrada de Saladino, fundamental para o tráfego rodoviário em Gaza, para manter o controlo no norte do território e "centrar" a ofensiva militar no sul, em Khan Yunis, onde Israel crê que se escondem líderes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas).
No sul da Faixa de Gaza, "a realidade é diferente" e a ofensiva visa os túneis do Hamas, onde alegadamente os seus líderes se encontram, "a grande profundidade", referiu.
De acordo com Gallant, "vários tipos de operações serão em breve levados a cabo", entre as quais algumas "especiais", mas não adiantou pormenores.
A 07 de outubro, combatentes do Hamas -- desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel -- realizaram em território israelita um ataque de proporções sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.139 mortos, na maioria civis, segundo o mais recente balanço das autoridades israelitas, e cerca de 250 reféns.
Em retaliação, Israel declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre ao norte do território, que entretanto se estendeu ao sul.
A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 88.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza 22.185 mortos e 57.035 feridos, na maioria civis, de acordo com o último balanço das autoridades locais, e cerca de 1,9 milhões de deslocados (cerca de 85% da população), segundo a ONU, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária.
Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, mais de 280 palestinianos foram mortos desde 07 de outubro pelas forças israelitas e em ataques perpetrados por colonos.
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