A presidente da Universidade de Harvard, Claudine Gay, demitiu-se do cargo após ter sido acusada de plágio. Gay foi também alvo de fortes críticas após ter tecido comentários polémicos sobre antissemitismo na universidade norte-americana.
"Tem sido angustiante ver dúvidas a ser levantadas sobre o meu compromisso em enfrentar o ódio e defender o rigor académico", disse, numa carta citada pela BBC.
Gay disse que estão não foi uma decisão à qual chegou "facilmente", garantindo que a sua demissão permitirá a Harvard "focar-se na instituição, em vez de qualquer indivíduo".
O adeus a Harvard acontece após seis meses de presidência, a mais curta na história de 388 anos da universidade.
A académica gerou polémica no mês passado, quando, durante uma audição no Congresso norte-americano, disse que o chamamento pelo genocídio de judeus era contra o código de conduta da instituição, "conforme o contexto".
"Quando se transforma numa conduta que corresponde a bullying, assédio e intimidação, é conduta passível de sanção, e tomamos medidas", afirmou, reiterando, no entanto, sobre se "pedir o genocídio de judeus viola o código de conduta de Harvard", que tal "depende das circunstâncias".
Gay disse que, "quando as palavras amplificam a angústia e a dor", não sabe "como se pode sentir outra coisa que não seja arrependimento".
Para além destes comentários, segundo a BBC, vários meios de comunicação nos EUA publicaram, recentemente, alegações de que a presidente de Harvard terá cometido plágio no passado.
Harvard investigou as alegações, diz a cadeia britânica, encontrando dois trabalhos publicados da académica que precisaram de citação adicional. A universidade concluiu, no entanto, que Gay não violou os seus padrões de investigação.
"Agradecemos à presidente Gay pelo seu compromisso profundo e inabalável com Harvard e com a busca da excelência académica. Embora a presidente Gay tenha reconhecido erros e assumido a responsabilidade por eles, também é verdade que demonstrou notável resiliência face a ataques profundamente pessoais e sustentados", disse a reitoria da universidade, em comunicado.
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