Avichai Adrai, porta-voz em árabe do Exército israelita, acrescentou que a população palestiniana deve deslocar-se para outra rua mais próxima da costa, em plena ofensiva desencadeada contra o enclave após os atentados de 07 de outubro do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas).
Numa mensagem "urgente" divulgada na sua conta pessoal na rede social X (antigo Twitter), Adrai indicou que o "corredor humanitário" da rua Saladino "está fechado a partir de hoje" e sublinhou que esta via "é transferida para a rua Al Rashid".
Nesse sentido, explicou o porta-voz, "só será possível circular de norte a sul, a pé ou de carro".
Esta informação é transmitida numa altura em que as tropas israelitas têm pedido à população de Gaza para que se desloque para a zona sul do enclave palestiniano, o que já foi descrito como uma deslocação forçada sem garantias de segurança por organizações como as Nações Unidas.
Adrai precisou que a via estará aberta das 09:00 às 16.00 locais (entre as 07:00 e as 18:00 em Lisboa) e sublinhou que haverá também "uma suspensão tática local e temporária" das "atividades militares" em dois bairros de Deir al-Bala'a (centro), decisão que qualificou como "de cariz humanitário".
"Residentes da Faixa de Gaza: as Forças de Defesa de Israel (FDI) estão a atuar com firmeza contra o Hamas e as organizações terroristas na Faixa de Gaza", afirmou, no meio de relatos de pesadas baixas civis resultantes da ofensiva militar israelita.
O Exército israelita lançou a ofensiva contra o enclave palestiniano na sequência dos ataques do Hamas que causaram a morte de cerca de 1.200 pessoas, na maioria civis, e cerca de 250 reféns, dos quais mais de 100 permanecem em cativeiro.
As autoridades do enclave, território controlado pelo Hamas desde 2007, referiram até agora mais de 22 mil pessoas mortas na ofensiva israelita.
O conflito entre Israel e o Hamas também provocou cerca de 1,9 milhões de deslocados (cerca de 85% da população), segundo a ONU, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária.
Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, mais de 300 palestinianos foram mortos desde 07 de outubro pelas forças israelitas e em ataques perpetrados por colonos.
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