Macron recorda que Delors "reconciliou a Europa com o seu futuro"
O Presidente francês, Emmanuel Macron, assinalou hoje que o político francês e antigo presidente da Comissão Europeia Jacques Delors, que morreu em dezembro, "reconciliou verdadeiramente a França com a Europa" e "a Europa com o seu futuro".
© Christian liewig Corbis/Corbis via Getty Images
Mundo Óbito/Delors
Na intervenção durante a cerimónia de homenagem do Estado francês ao político, hoje realizada no Palácio dos Inválidos (Hôtel des Invalides, um dos monumentos mais prestigiados de Paris), Emmanuel Macron destacou o papel de Jacques Delors "para reconciliar os povos" e "para reconciliar a Europa com o seu futuro".
"Jacques Delors nunca se cansou de explorar para reconciliar. Jacques Delors ajudou a moldar a Europa de hoje, linha por linha, com a confiança e o apoio constante do Presidente [francês, François] Mitterrand e do chanceler [alemão, Helmut] Kohl, ao longo de uma década", elencou o chefe de Estado francês.
Emmanuel Macron salientou que cabe agora aos dirigentes europeus "continuar" o legado de Jacques Delors.
Um legado marcado, como frisou, pela "livre circulação das pessoas e das mercadorias, dos serviços e dos capitais, pelo mercado único e o seu Ato Único baseado num enorme esforço de harmonização que envolve todos os atores da sociedade civil, a Europa do diálogo social que reconcilia empregadores e sindicatos, a União Económica e Monetária e o euro, para o qual lançou as bases".
Hoje em dia, de acordo com o Presidente francês, assiste-se a "uma Europa consciente da necessidade de alargar e aprofundar ao mesmo tempo, que vê a integração através da convergência progressiva dos acordos de associação e dos programas de ajuda maciça", e que também, prosseguiu o governante, "quer reformar-se para conservar instituições eficazes e manter a sua liberdade de integração e de ação".
Vários líderes europeus, incluindo o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, participaram hoje em Paris na homenagem francesa ao político e antigo presidente da Comissão Europeia Jacques Delors.
A cerimónia foi presidida por Macron.
O Estado francês pretendeu homenagear um "arquiteto da Europa unida" sem o qual a França seria "menos dona do seu destino", segundo divulgou a Presidência francesa.
A França convidou todos os chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE), bem como os presidentes das instituições comunitárias, atuais ou em exercício enquanto o social-democrata Jacques Delors esteve em Bruxelas de 1985 a 1995.
Marcelo Rebelo de Sousa esteve acompanhado pelo antecessor, Aníbal Cavaco Silva, que também "foi primeiro-ministro durante todo o período dos mandatos" de Delors, e por José Manuel Durão Barroso, que presidiu à Comissão Europeia (2004-2014).
Figura da construção do projeto europeu e considerado o "pai do euro", Jacques Delors foi presidente da Comissão Europeia entre 1985 e 1995, durante três mandatos, incluindo na adesão de Portugal à União Europeia (1986).
No seio da UE, ficou conhecido por ter aprovado o Ato Único Europeu, em 1986, que levou à criação do Mercado Único, o primeiro do género ao nível mundial, em 1993.
Foi protagonista na transformação da Comunidade Europeia em União Europeia, o que permitiu uma transição para a moeda única (o euro) e para uma maior cooperação ao nível da defesa.
Nome incontornável da esquerda francesa, foi ainda ministro francês das Finanças e eurodeputado.
Jacques Delors frustrou as esperanças desta ala partidária ao recusar apresentar-se às eleições presidenciais de 1995 em França. Na altura, era favorito nas sondagens.
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