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Defesa israelita nega em tribunal intenção de destruir povo palestiniano

Israel negou hoje no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) pretender destruir o povo palestiniano em Gaza, ao defender-se das acusações de genocídio formuladas pela África do Sul junto do mais alto tribunal da ONU.

Defesa israelita nega em tribunal intenção de destruir povo palestiniano
Notícias ao Minuto

10:23 - 12/01/24 por Lusa

Mundo Israel/Palestina

"O que Israel procura ao operar em Gaza não é destruir um povo, mas proteger um povo, o seu próprio povo, atacado em múltiplas frentes", afirmou Tal Becker, um dos advogados de Israel perante o TIJ.

Becker descreveu as acusações de genocídio formuladas contra Israel como "totalmente distorcidas" e considerou que não refletem a realidade do conflito na Faixa de Gaza.

A África do Sul "infelizmente apresentou ao tribunal um quadro factual e jurídico totalmente distorcido", afirmou Becker ao TIJ, em Haia, Países Baixos, citado pela agência francesa AFP.

O Estado sul-africano apresentou em dezembro um pedido urgente ao TIJ para que ordene a Israel que "suspenda imediatamente as operações militares" na Faixa de Gaza.

A pretensão foi formalizada no primeiro de dois dias de audiências no TIJ na quinta-feira, pelos advogados da acusação.

A guerra entre Israel e o Hamas foi desencadeada por um ataque sem precedentes do movimento islamita palestiniano Hamas em solo israelita, em 07 de outubro, que causou cerca de 1.400 mortos, segundo as autoridades.

Em represália, Israel prometeu aniquilar o Hamas, no poder em Gaza, e lançou uma ofensiva no território palestiniano que causou mais 24.000 mortos, de acordo com dados do Hamas.

O ministro da Justiça sul-africano, Ronald Lamola, alegou ao TIJ na quinta-feira que nem mesmo o ataque do Hamas pode justificar alegadas violações da Convenção da ONU sobre o Genocídio, assinada em 1948, na sequência do Holocausto.

"Vivemos numa época em que as palavras são baratas, na era das redes sociais e das políticas de identidade. A tentação de usar o termo mais ultrajante [genocídio] para difamar e demonizar tornou-se, para muitos, irresistível", argumentou Becker.

Com a ajuda de vídeos e imagens, o advogado de defesa de Israel deu aos magistrados uma imagem dos horrores que acredita terem sido cometidos durante o ataque do Hamas.

Os membros do Hamas "torturaram crianças em frente dos pais, pais em frente dos filhos, queimaram pessoas" e foram culpados de violação e mutilação, afirmou, citado pela AFP.

O advogado disse que a resposta de Israel foi um ato de autodefesa e não visou civis, e que "Israel está empenhado numa guerra de defesa contra o Hamas e não contra o povo palestiniano".

Nestas circunstâncias, "não poderia haver uma acusação mais falsa ou maliciosa do que a acusação de genocídio contra Israel", acrescentou, perante um auditório lotado no Palácio da Paz em Haia.

Israel boicota frequentemente os tribunais internacionais e as investigações da ONU, afirmando que são injustas e tendenciosas.

Mas, num sinal da seriedade com que encar o caso em apreciação no TIJ, deu o raro passo de enviar uma equipa jurídica de alto nível, notou a agência norte-americana AP.

A África do Sul afirmou que a resposta israelita ao ataque do Hamas equivale a genocídio e faz parte de décadas de opressão israelita sobre os palestinianos.

"A intenção articulada é a destruição da vida palestiniana", disse o advogado Tembeka Ngcukaitobi nas declarações iniciais, na quinta-feira.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, rejeitou esses argumentos numa declaração em vídeo.

"Este é um mundo de pernas para o ar: o Estado de Israel é acusado de genocídio enquanto luta contra o genocídio", afirmou.

"A hipocrisia da África do Sul brada aos céus", considerou, citado pela AP.

[Notícia atualizada às 11h31]

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