Um navio, que transportava petróleo russo, foi alvo de disparos pelos Hutis após ter sido "erradamente ligado ao Reino Unido", revelou a empresa britânica de segurança marítima Ambrey, citada pela Sky News.
O petroleiro, com bandeira do Panamá, foi alvo de disparos perto da cidade portuária de Áden.
A empresa adiantou que o navio foi atingido "por engano", com base em informações "desatualizadas" que o ligavam ao Reino Unido.
"Este foi o segundo petroleiro que os Hutis atacaram por engano enquanto transportava petróleo russo", notou ainda a empresa britânica.
A informação surge já depois de a agência britânica de Operações de Comércio Marítimo ter revelado que tinha recebido informações sobre o disparo de um míssil contra um navio a cerca de 90 milhas náuticas a sudeste de Áden, sem registo de feridos ou danos.
Posteriormente, a agência disse ainda ter recebido "múltiplos relatos" de pequenas embarcações que se aproximaram de navios mercantes perto do Iémen, numa área próxima.
Segundo a agência, duas pequenas embarcações terão seguido um navio durante mais de uma hora.
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— United Kingdom Maritime Trade Operations (UKMTO) (@UK_MTO) January 12, 2024
Recorde-se que, na noite de quinta-feira, os Estados Unidos e o Reino Unido bombardearam posições dos xiitas pró-iranianos Hutis no Iémen, após semanas de ataques destes rebeldes contra o tráfego marítimo no Mar Vermelho, num sinal de solidariedade para com os palestinianos em Gaza, onde está em curso uma guerra entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas.
Os ataques de quinta-feira mataram cinco pessoas.
Estados Unidos, Reino Unido, Austrália, Bahrein, Canadá, Países Baixos, Dinamarca, Nova Zelândia e Coreia do Sul emitiram um comunicado conjunto onde justificam a ação em nome da defesa do comércio internacional e dos navios que transitam pelo mar Vermelho, onde circula cerca de 15% do comércio marítimo global.
Na sequência destes bombardeamentos, os Hutis declararam "guerra aberta" contra os Estados Unidos e Reino Unido, e reivindicaram o lançamento de uma salva de mísseis contra os seus navios de guerra presentes no mar Vermelho, onde os dois países ocidentais lideram uma coligação naval para proteger os navios mercantes da zona.
[Notícia atualizada às 19h22]
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