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Partido do presidente da RDCongo obtém maioria parlamentar nas eleições

A União para a Democracia e o Progresso Social (UDPS), partido do presidente eleito da República Democrática do Congo (RDC), conquistou a maioria dos assentos na Assembleia Nacional nas polémicas eleições de 20 de dezembro, informaram hoje fontes oficiais.

Partido do presidente da RDCongo obtém maioria parlamentar nas eleições
Notícias ao Minuto

16:05 - 14/01/24 por Lusa

Mundo RDCongo

Segundo os resultados provisórios divulgados de manhã pela Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI), a UDPS, do chefe de Estado congolês Félix Tshisekedi, obteve a maioria dos deputados no hemiciclo, seguida pelos partidos de vários aliados do Presidente do país.

Com cerca de metade dos lugares da UDPS, o partido do vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças congolês, Vital Kamerhe, ficou em segundo lugar, seguido pelos partidos do presidente do Senado (câmara alta), Modeste Bahati Lukwebo, e do vice-primeiro-ministro e ministro da Defesa, Jean-Pierre Bemba.

Mais atrás ficou o partido Juntos pela República, do empresário e antigo governador da antiga província de Katanga (sul), Moïse Katumbi.

Por outro lado, o partido de outro dos principais opositores de Tshisekedi, o Prémio Nobel da Paz de 2018 e ginecologista Denis Mukwege, não conseguiu entrar na Assembleia Nacional, uma vez que não ultrapassou o limiar exigido de 1% de votos.

Mais de 40 partidos ultrapassaram este mínimo e partilharão os 477 lugares que foram a votos, uma vez que as eleições não se realizaram nos territórios de Masisi e Rutshuru, na província oriental do Kivu do Norte, e no de Kwamouth, na província ocidental de Mai-Ndombe, devido à violência.

A CENI revelou os resultados depois de o Tribunal Constitucional congolês ter confirmado a vitória de Tshisekedi, a 09 de janeiro, com 73,47% dos votos nas eleições presidenciais realizadas no mesmo dia.

A tomada de posse do Presidente para um segundo mandato de cinco anos está prevista para 20 deste mês, apesar das críticas da oposição, que denunciou uma "fraude" maciça e apelou à repetição das eleições.

De acordo com o calendário eleitoral, o tribunal deve confirmar os resultados das eleições legislativas até 12 de março.

Mais de 40 milhões de pessoas -- dos mais de 100 milhões de habitantes do país -- foram convocadas a 20 de dezembro para votar nas mais de 75.000 assembleias para as eleições presidenciais, legislativas, provinciais e locais.

Segundo a CENI, foram registados cerca de 18 milhões de votos válidos, o que representa uma taxa de participação de 43%.

As caóticas eleições foram marcadas por atrasos e problemas logísticos, que obrigaram a prolongar a votação por vários dias, bem como por denúncias de irregularidades por parte da oposição.

A influente Conferência Episcopal Nacional (CENCO) destacou cerca de 24 mil observadores eleitorais, que denunciaram a compra de votos, casos de violência e intimidação contra eleitores, atrasos na abertura das urnas e expulsão de observadores, entre outros abusos.

A CENCO afirmou haver "numerosos casos de irregularidades" que poderiam alterar os resultados "em determinados locais" e solicitou uma comissão de investigação independente.

Na semana passada, a CENI invalidou as candidaturas legislativas de 82 candidatos de todo o país por corrupção, vandalismo de materiais de votação e intimidação contra funcionários eleitorais, entre outros.

Tshisekedi, filho de Etiènne Tshisekedi, antigo primeiro-ministro em três breves ocasiões, 1991, 1992/93 e 1997, chegou ao poder nas eleições de 2018, tendo sido criticado pela oposição e pela comunidade internacional, que consideraram o rival político Martin Fayulu o legítimo vencedor.

Leia Também: UE reconhece vitória de Tshisekedi (apesar das "irregularidades")

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