Trump exorta eleitores a enfrentar frio e a "tirar Biden" da presidência

O ex-Presidente norte-americano Donald Trump exortou hoje os eleitores do Iowa a enfrentarem o frio extremo e a saírem das suas casas na segunda-feira para votar no 'caucus' Republicano e assim ajudarem a "tirar Joe Biden" da Presidência.

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© TANNEN MAURY/AFP via Getty Images

Lusa
14/01/2024 23:52 ‧ 14/01/2024 por Lusa

Mundo

Iowa

Num último esforço de campanha antes do arranque das primárias Republicanas, Trump compareceu ao final da manhã de hoje na pequena cidade de Indianola, no estado do Iowa, para tentar convencer o eleitorado, não tendo poupado nas críticas aos seus rivais.

O primeiro a ser atacado foi o atual chefe de Estado, Joe Biden, a quem Trump classificou de "Presidente mais corrupto da história".

"Temos o Presidente mais corrupto e incompetente da história, está a destruir o nosso país, e temos de tirá-lo de lá rapidamente. (...) Quero que vocês estejam todos amanhã nas assembleias de voto. Vai estar frio, mas hoje também está e mesmo assim temos esta sala cheia", disse o magnata na abertura do seu discurso perante centenas de pessoas.

"Vistam-se com roupa quente, mas não se preocupem porque será tudo no interior dos edifícios e quem sabe, se estivem solteiros, podem encontrar o vosso futuro parceiro lá", acrescentou, arrancando risos da plateia.

O Iowa enfrenta uma vaga de frio extremo que, combinada com ventos fortes e queda de neve, tem deixado os candidatos à nomeação republicana para a corrida à Casa Branca apreensivos, receando uma fraca afluência no 'caucus' que decorre na segunda-feira.

No entanto, quando a sensação térmica no Iowa rondava os 40 graus celsius negativos ao início da manhã de hoje, já dezenas de apoiantes de Trump se alinhavam em fila à entrada de um colégio privado em Indianola para ver de perto o magnata, demonstrando estarem dispostos a enfrentar as gélidas temperaturas.

"Enfrentem o clima, saiam de casa e salvem a América. (...) Vamos voltar a tornar a América grande outra vez", apelou o Republicano.

Trump lidera as sondagens no Iowa com 48%, seguido pela ex-embaixadora norte-americana junto da ONU Nikki Haley que, com 20% das intenções de voto, conseguiu ultrapassar o governador da Florida, Ron DeSantis, que acumula agora 16% das preferências dos republicanos, de acordo com um novo estudo divulgado na noite de sábado pelo Des Moines Register/NBC News.

Não é expectável que os resultados saídos do 'caucus' de segunda-feira se desviem destes números, sendo que a maior incógnita é sobre quem ficará na segunda posição, de acordo com vários analistas.

O Iowa representa o primeiro grande teste à capacidade dos candidatos de comunicar com os eleitores, pelo que um bom resultado neste estado rural representará mais impulso e mais espaço mediático para o vencedor.

No seu último comício presencial antes do 'caucus' do Iowa, Trump intensificou os ataques contra Nikki Haley, classificando-a como desleal, insuficientemente conservadora e despreparada para ser Presidente, mas também contra DeSantis, a quem apelidou de 'DeSanctimonious'.

Apesar dos ataques recorrentes contra rivais políticos, Donald Trump conseguiu hoje o apoio do governador da Dakota do Norte, Doug Burgum, que desistiu da sua candidatura presidencial pelo Partido Republicano no mês passado.

Pouco depois do comício, Trump recebeu outro apoio de um ex-rival: do senador Marco Rubio, da Florida, que ficou em terceiro lugar, atrás de Trump, nas primárias do Iowa em 2016.

O evento de campanha de Trump em Indianola ficou ainda marcado pelo protesto de jovens ativistas contra as alterações climáticas, que interromperam brevemente o discurso do magnata e acabaram expulsos da sala.

"Trump é um assassino do clima!", gritaram os ativistas antes de serem retirados pelo serviço de segurança, enquanto eram vaiados pelos apoiantes do ex-Presidente, que entoavam: "EUA, EUA, EUA!".

Donald Trump, favorito nas primárias Republicanas, desafia o consenso científico sobre as alterações climáticas e diz querer relançar a perfuração de hidrocarbonetos em grande escala em todos os Estados Unidos da América (EUA) se for eleito novamente em novembro.

Numa das suas primeiras decisões ao chegar à Casa Branca, em 2017, Donald Trump abandonou o acordo climático de Paris de 2015.

Leia Também: Donald Trump é "inocente" e o "homem certo no momento certo"

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