O sismo, com uma magnitude de 6,3 na escala aberta de Richter e cujo epicentro se localizou na província de Herat, provocou mais de duas mil vítimas mortais, a destruição de 21 mil habitações, a morte de gado e a destruição de colheitas, deixando milhares de pessoas sem meios de subsistência.
"O ambiente nestas aldeias está repleta de sofrimento, mesmo cem dias depois dos terramotos no oeste do Afeganistão, quando as famílias perderam absolutamente tudo", afirmou a representante da Unicef no Afeganistão, Fran Equiza, segundo um comunicado publicado pela organização.
Equiza especificou que "meninos e meninas continuam a tentar superar perdas e traumas" e que "as escolas e centros de saúde dos quais dependem sofreram danos irreparáveis ??ou foram completamente destruídos".
"Como se não bastasse, o inverno chegou e as temperaturas estão abaixo de zero. Crianças e famílias sem-abrigo vivem em condições de risco de vida durante a noite, sem forma de aquecer os seus abrigos temporários", alertou.
A agência da ONU lembrou que depois do terramoto transportou água potável em camiões-cisterna, estabeleceu cuidados de saúde temporários e enviou profissionais médico para atender às necessidades das vítimas, e desde então converteu unidades clínicas em tendas em cuidados mais permanentes através de contentores marítimos.
Durante este período, foram atendidos cerca de 90 mil casos - três quartos correspondentes a mulheres, rapazes e raparigas -, e foram criados mais de 60 espaços temporários de aprendizagem, onde quase 3.400 menores puderam continuar a receber a educação básica.
No entanto, a Unicef sublinhou que é necessária mais ajuda, especialmente tendo em conta que as temperaturas frias do inverno estão a piorar a situação da população e que muitas famílias ainda não conseguiram reconstruir as suas casas, pelo que necessitam de cuidados de saúde, água potável e sistemas de higiene adequados para evitar a propagação de doenças.
"Estamos gratos aos nossos parceiros doadores que mobilizaram recursos rapidamente, permitindo que a Unicef respondesse em apenas alguns dias às necessidades urgentes das crianças e das suas famílias em Herat", disse Equiza, que insistiu que "milhares de pessoas ainda precisam de ajuda".
"A Unicef está preocupada com a sobrevivência de 96 mil crianças afetadas pelos terramotos se não formos capazes de lhes prestar os serviços de que necessitam para recuperarem", sublinhou a representante da organização, pedindo apoio contínuo para garantir que as crianças "não só sobrevivam ao inverno, mas tenham a oportunidade de prosperar nos meses e anos que virão".
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